Reforma administrativa de Fuad vai a plenário hoje

Reforma administrativa de Fuad vai a plenário hoje



“Preciso de começar o governo com uma cara nova, a cara do Fuad (Noman, PSD). Agora o governo é meu.” A frase dita pelo prefeito reeleito de Belo Horizonte duas semanas após seu sucesso nas urnas começa a fazer sentido prático hoje na Câmara Municipal. O projeto de reforma administrativa (PL) proposto pelo Executivo irá ao plenário em primeiro turno em meio a articulações com o Legislativo em sua composição na reta final do ano e para a nova legislatura que começa em 2025.

Moldar a administração da capital mineira de acordo com seus desígnios é a ideia de Fuad com a reforma proposta. O prefeito assumiu o cargo em 2022, após Alexandre Kalil renunciar ao cargo por campanha malsucedida ao governo do estado. O PL 1014/2024 determina a criação de quatro novas secretarias municipais, subdivide a região Centro-Sul com a criação da região Hipercentro e aumenta a estrutura do funcionalismo público com a contratação de mais funcionários. No total, a PBH espera gastar R$ 49,9 milhões a mais anualmente com a aprovação do projeto.

O projeto foi aprovado em conjunto pelos comitês da Administração Pública; Orçamento e Finanças Públicas; e Meio Ambiente, Proteção Animal e Política Urbana na semana passada e, com isso, estava pronto para ir ao plenário no primeiro turno.

Na prefeitura, a reforma administrativa é o passo mais importante para virar de vez o calendário para 2025. Na semana passada, Fuad deu os primeiros passos significativos rumo à próxima legislatura. Na quarta-feira (11/6), o prefeito reeleito se reuniu com 36 dos 41 vereadores que comporão a Câmara Municipal a partir de janeiro. A legislatura do próximo ano terá 23 veteranos e 18 recém-chegados.

A semana passada também foi marcada por encontro com líderes partidários que apoiaram Fuad durante toda a campanha e visita à capital federal na quinta-feira (11/07). Em Brasília, o candidato se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros para viabilizar promessas feitas aos eleitores, em especial a municipalização do Rodoanel e a construção de moradias populares no terreno do Aeroporto Carlos Prates.

A semana que se seguiu à reeleição de Fuad foi marcada pela manutenção de seis vetos da prefeitura a projetos aprovados na Câmara. Na semana seguinte, porém, os vereadores já mostraram resistência ao prefeito ao derrubar uma decisão sobre o plano diretor da capital com votos contrários que incluíram seus apoiadores do PSD e Álvaro Damião (União Brasil), que em janeiro deixará o Legislativo para assumir o poder. cargo de vice-prefeito.

No relatório, o vereador Wagner Ferreira (PV), relator do PL 1014/2024 nas comissões da Câmara, disse que a expectativa é que a reforma seja aprovada, mas não sem muita discussão entre os parlamentares.

Com parte dos vereadores já de olho na eleição da diretoria para o biênio 2025/2026, a PBH concentrou seu capital político na aprovação da reforma. Secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Marcelo Aro (PP) agiu rapidamente após a eleição para formar um grupo de 23 parlamentares engajados na missão de fazer de Juliano Lopes (Podemos) o próximo presidente da Casa.

Com a maioria já reunida em torno de Lopes, vereadores da base de Fuad e nomes que não faziam parte da lista inicial de Aro se movimentam nos bastidores para ter influência na diretoria. Publicamente, a postura do prefeito tem sido a de se distanciar dos assuntos internos da Câmara e desassociar a reforma administrativa da ideia de distribuição de cargos a aliados.

A proposta

Se aprovada com o texto enviado pelo Executivo à Câmara no dia 30 de outubro, a reforma administrativa criará quatro novos departamentos na cidade. São eles: Segurança Alimentar e Nutricional; Mobilidade Urbana; Logística e Gestão de Ativos; e Secretaria Geral.

O projeto prevê ainda a instalação de duas novas estruturas na máquina da prefeitura: a Coordenadoria Especial de Aldeias e Favelas e a Coordenadoria Especial de Mudanças Climáticas. Ambos estiveram presentes no plano de campanha de Fuad Noman.

O texto também inclui a criação de cargos. Na área de educação, por exemplo, a ampliação prevê aumento de 200 para 380 vagas. Na administração direta, que inclui cargos como conselheiros, secretários e administradores regionais, serão criados 141 novos cargos.

A administração territorial será agregada ao Hipercentro Regional, atualmente inserido no Centro-Sul. Caso a proposta seja aprovada, as duas regiões formarão dez subdivisões da capital mineira junto com Barreiro, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova.

Embora com desenhos diferentes, esta será a terceira tentativa de Fuad de implementar uma reforma estrutural na prefeitura em apenas dois anos e meio de mandato. Os dois ataques anteriores não avançaram na Câmara por falta de apoio ao Executivo por parte dos parlamentares.



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