O Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou na manhã desta segunda-feira (12/02), em reunião extraordinária, o Projeto de Lei 1014/2024o que altera a estrutura administrativa do município. De autoria do prefeito Fuad Noman (PSD), o texto foi aprovado com 33 votos a favor e 6 votos contra. O reforma administrativa institui quatro novas secretarias e o Hipercentro Regional.
O texto será agora encaminhado à Comissão de Legislação e Justiça para redação final e será posteriormente aprovado pelo presidente da Câmara, Fuad Noman.
Com a aprovação da proposta, são criadas as secretarias de Segurança Alimentar e Nutricional, Mobilidade Urbana, Logística e Administração de Ativos e a Secretaria-Geral. Atualmente, a administração é composta por 14 departamentos e passará para 18.
Nova Regional
Hoje, Belo Horizonte está dividida em nove administrações, mas o novo documento propõe a criação do Hipercentro Regional, atualmente pertencente à Região Centro-Sul. O impacto dessas mudanças na folha salarial é estimado em R$ 49,9 milhões anuais aos cofres públicos, valor que gerou polêmica entre parlamentares contrários à proposta.
Críticas da oposição
Apesar do apoio da maioria, seis vereadores votaram contra a proposta. São eles: Bráulio Lara (Novo), Cláudio do Mundo Novo (PL), Fernanda Pereira Altoé (Novo), Flávia Borja (DC), Marcela Trópia (Novo) e Wilsinho da Tabu (Podemos).
Os parlamentares argumentaram que o projeto amplia o setor público desnecessariamente, com a criação de novos departamentos e cargos. A vereadora Fernanda Altoé destacou a criação da Secretaria de Mobilidade Urbana como um ponto crítico, alegando que suas responsabilidades seriam semelhantes às da BHTrans, extinto por lei em 2021.
“O BHTrans foi extinta por meio do CPI Caixa Preta. Estão criando uma nova secretaria com as mesmas funções da BHTrans (…), uma secretaria de cargos comissionados”, afirmou Altoé.
O vereador Cláudio do Mundo Novo também criticou o custo da obra. “Estou indignado, porque as pessoas estão passando fome nas ruas… Acredito que a criação dessa secretaria vai saciar a fome de todos, porque R$ 50 milhões para uma secretaria como essa, acredito que vai resolver toda a situação dos trabalhadores da saúde. estrada. A questão climática é a mesma coisa, vai acabar com as enchentes na cidade com a criação desse departamento”, disse, em tom irônico.
Alterações rejeitadas
No total, o projeto recebeu 107 alterações, a maioria delas apresentadas pela vereadora Fernanda Altoé, que buscava suprimir cada artigo do projeto original e neutralizar as alterações propostas pelo Executivo. Todas as emendas do parlamentar foram rejeitadas pelo Plenário.
Negociações
Outro ponto que gerou debate foi a atuação da PBH Ativos S/A, responsável pela estruturação de concessões, projetos de parcerias público-privadas (PPPs) e operações financeiras do Município. A proposta original previa a ampliação do escopo da empresa, mas essa alteração foi excluída no texto final.
O vereador Bruno Miranda (PDT), líder do governo Fuad na Câmara Municipal, agradeceu aos vereadores pelo apoio à proposta. “A PBH enviou para a Câmara Municipal o projeto de reforma administrativa, mudanças que ela já estava tentando implementar (…). Tem planos de uma coordenação para cidades e favelas, para mudanças climáticas, algumas secretarias foram divididas e outras foram criadas , como Segurança Alimentar e Combate à Fome”, afirmou.
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No plenário, a vereadora Iza Lourença (Psol) comemorou a retirada do artigo que ampliava as atividades da PBH Ativos. “Quem chamou a atenção para os superpoderes que essa reforma estava dando à PBH Ativos foram os sindicatos e os movimentos sociais, que defendem verdadeiramente os direitos dos servidores públicos e dos servidores. E por isso lutamos aqui, negociamos e conseguimos tirar essas competências da reforma”, afirmou.
“Votamos a favor porque tivemos uma vitória na retirada dos superpoderes que foram dados à PBH Ativos. Além de criar a Secretaria de Segurança Alimentar, além de coordenar o combate à emergência climática, que também foi a nossa proposta, além de coordenar cidades e favelas, que essa reforma está criando e é importante”, completou.
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