FOLHAPRESS – O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) prestou depoimento nesta quarta-feira (17/7) na sede da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, como parte das investigações sobre a “Abin paralela” durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), quando o delegado era diretor-geral da agência.
Ramagem permaneceu na sede da PF por mais de seis horas. Ele chegou às 15h15 para o depoimento, marcado para as 15h, e saiu do prédio às 21h50. Na saída, ele não falou com a imprensa.
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A PF investiga um suposto uso da estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para investigar opositores políticos, magistrados e jornalistas, na época em que Ramagem era diretor, entre 2019 e 2022.
A corporação encontrou áudio “possivelmente gravado” por Ramagem durante reunião com Bolsonaro em agosto de 2020, no Palácio do Planalto. Na segunda-feira (15/7), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes quebrou o sigilo do conteúdo.
O áudio mostra que os advogados buscavam formas de anular as investigações “rachadinhas” contra Flávio Bolsonaro (PL-RJ), especialmente por meio do Serpro -estatal que detém os dados do Fisco–, o que poderia evidenciar acesso ilegal aos dados do governo. filho do presidente por funcionários da Receita Federal do Rio.
Na gravação, segundo a PF, é possível identificar ações de Ramagem indicando que seria necessária a instauração de um processo administrativo contra os auditores da Receita Federal. A medida teria como objetivo anular a investigação e afastar alguns auditores de seus respectivos cargos.
Além de Ramagem, outras pessoas deverão prestar depoimento ao órgão.
No dia 11, uma operação prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Ramagem quando ele era ex-diretor da Abin. O ex-delegado também é ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que também é investigado.
STF
Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
Os sete alvos são Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigue e Rogério Beraldo de Almeida, contra os quais houve ordem de prisão e busca; e José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos, alvos apenas de mandados de busca e apreensão.
Entre eles estão um policial federal e um policial militar lotado na Abin e que trabalhou com Ramagem. Os demais são influenciadores digitais que trabalharam para o chamado “gabinete do ódio”.
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