09/02/2024 – 12h01
Agência Câmara
Projeto estima déficit de R$ 293,4 bilhões na Previdência Social em 2025
O projeto de lei do orçamento anual (PLOA) de 2025 (PLN 26/24) tem receita extra de R$ 168,25 bilhões para fechar as contas no próximo ano. São ações administrativas para reduzir a litigância ou o uso indevido de benefícios fiscais, mas também foram calculados R$ 46,7 bilhões em medidas legislativas a serem apreciadas pelo Congresso Nacional. Elas foram incluídas como “receitas condicionadas”.
São medidas como a compensação pela desoneração da folha de pagamento em alguns setores da economia e aumentos do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Balanço de contas
O governo precisará desses recursos para atingir a meta fiscal do ano, que é equilibrar as contas públicas. O projeto estima um déficit de R$ 40,4 bilhões. Porém, como o Executivo foi autorizado a deduzir R$ 44,1 bilhões em pagamento de precatórios, o saldo final de 2025 é positivo em R$ 3,7 bilhões.
A meta fiscal do novo marco fiscal permite superávit ou déficit de até R$ 30,9 bilhões.
Despesas
O novo marco tributário também estabelece regras para cálculo do limite de despesas para todos os anos. Para 2025, limite é o mesmo de 2024 corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor INPC crescimento mais real.
Este crescimento deverá ser de 70% daquele verificado para aumentar as receitas até um máximo de 2,5%. Feitos esses cálculos, o governo chegou ao limite de R$ 2,249 trilhões. Desse total:
- R$ 391,1 bilhões serão destinados a despesas de pessoal e encargos sociais;
- R$ 998,1 bilhões em benefícios previdenciários;
- R$ 20,2 bilhões para despesas de financiamento e investimentos do Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública; e
- R$ 176,4 bilhões para despesas discricionárias do Poder Executivo. Ou seja, para despesas que não são obrigatórias, mas que mantêm a máquina funcionando.
Défice da segurança social
O governo reservou R$ 21,7 bilhões para novas reestruturações de carreira ou aumentos de servidores públicos e militares.
No caso da Previdência Social, a projeção é de déficit de R$ 293,4 bilhões, ou 2,37% do PIB. Esta percentagem é igual à projetada para 2024, o que revela um défice estável em termos reais.
“A massa salarial nominal, que é um dos principais parâmetros de projeção das receitas do regime, apresenta, para 2025, uma variação de 7,8% em relação a 2024”, afirma a justificação do governo, que acompanha o PLOA.
Um dos principais componentes das despesas previdenciárias é o reajuste do salário mínimo no próximo ano para R$ 1.509.
Investimentos
A mensagem do executivo destaca o aumento dos investimentos em 2025 de programas como o Programa de Aceleração do Novo Crescimento, Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica.
“Estes programas tendem a aumentar o investimento principalmente em infraestruturas produtivas e sustentáveis, de forma a responder às necessidades sociais e ambientais que emergem como consequência de um crescimento mais inclusivo e das alterações climáticas”, argumenta o governo.
Para 2025, o PLOA reservou R$ 60,9 bilhões nos Orçamentos Fiscal e Previdenciário e R$ 72,2 bilhões no Orçamento de Investimentos para o Novo PAC. Cerca de 85% dos recursos estão concentrados no Ministério das Cidades, Transportes, Saúde, Defesa e Educação.
Habitação
Entre os programas orçamentários previstos, destacam-se o fomento à habitação social para a população de baixa renda, em áreas urbanas e rurais, com previsão de R$ 10,7 bilhões para pagamento de cotas ao Fundo de Arrendamento Residencial, e a recuperação de recursos federais rodovias, que deverá custar R$ 8,9 bilhões.
“O PAC prevê ainda a estruturação de unidades de saúde de média e alta complexidade, com novos hospitais estaduais, maternidades, policlínicas, centros de atenção psicossocial e aquisições de ambulâncias, que deverão custar R$ 2,9 bilhões”, detalha o projeto do governo.
O novo marco fiscal também estabeleceu um piso de investimento em proporção ao PIB, fixado em R$ 74,3 bilhões para 2025. No projeto, foram destinados R$ 69,8 bilhões em despesas com investimentos em programas específicos e R$ 4,5 bilhões em reservas de emendas parlamentares obrigatórias. Além disso, 30,4% dos investimentos deverão ser destinados às obras em andamento.
Relatório – Silvia Mugnatto
Edição – Natalia Doederlein
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