18/10/2024 – 08:54
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Marcos Tavares: educação financeira pode reduzir o endividamento da população
O Projeto de Lei 2.747/24 estabelece a educação financeira como disciplina obrigatória no currículo da educação básica das escolas públicas e privadas do Brasil. A proposta é de autoria do deputado Marcos Tavares (PDT-RJ) e está em análise na Câmara dos Deputados.
O parlamentar defende que a falta de conhecimento financeiro é um problema significativo no Brasil, onde grande parte da população está endividada. “A literacia financeira desde cedo pode ajudar a criar cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar os desafios económicos, melhorando a sua qualidade de vida e contribuindo para a estabilidade económica do país”, afirma Tavares.
O deputado acrescenta que uma população educada financeiramente é menos vulnerável a fraudes e abusos. “A educação financeira também pode desempenhar um papel crucial na redução da desigualdade económica”, comenta. “Os grupos socioeconómicos menos favorecidos têm menos acesso à informação e aos recursos financeiros, o que perpetua ciclos de pobreza”, afirma ainda.
Conteúdo do programa
De acordo com o texto, o conteúdo programático mínimo do curso deverá conter:
- conceitos básicos de economia e finanças;
- planejamento financeiro pessoal e familiar;
- uso consciente do crédito e da dívida;
- poupança e investimento;
- empreendedorismo e inovação;
- direitos do consumidor e proteção financeira; e
- tecnologias financeiras e segurança digital.
Caberá ao Ministério da Educação desenvolver programas de formação continuada de professores. O governo federal também poderá incentivar parcerias com instituições financeiras, organizações não governamentais e empresas de tecnologia para apoiar a implementação e o desenvolvimento da educação financeira nas escolas.
LDB
O projeto de Marcos Tavares não altera nenhuma legislação existente.
Atualmente, o Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem abranger o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente no Brasil. A integração curricular pode incluir temas transversais.
Processamento
A proposta está sendo processada em caráter conclusivo e serão analisados pelas comissões de Educação; Finanças e Fiscalidade; e Constituição e Justiça e Cidadania.
Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Reportagem – Noeli Nobre
Montagem – Marcelo Oliveira
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