O Governo Romeu Zema (Novo) encerra o primeiro semestre de seu segundo governo com enormes desafios para o próximo ano, mas com saldo positivo no relacionamento com o Legislativo, muito tumultuado no primeiro mandato, quase sem projetos importantes aprovados, mas muito mais sintonizado nesta legislatura .
Zema aprovou 12 projetos nesse período, quase todos já transformados em normas legais, incluindo propostas polêmicas como a que reajustou seu salário e o de suas secretárias em 298% e aqueles que levantaram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de produtos considerados supérfluos e também o que aumentou as contribuições dos servidores públicos para a manutenção da Instituto de Pensões dos Servidores Públicos (IPSM).
A melhora no relacionamento com a base pode ser creditada à mudança no comando do Legislativo. O atual presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB)apesar de não ser aliado incondicional do governador, mantém uma relação cordial com Zema, ao contrário de seu antecessor, Agostinho Patrus, hoje conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG), que fez oposição ao Executivo encarregado do parlamento. Além disso, a nomeação de João Magalhães (MDB)deputado experiente e com bom contato entre os colegas, pois o cargo de dirigente facilitou a vida de Zema com sua base.
Há ainda 12 projetos de autoria do Executivo em andamento, além do Proposta de Emenda à Constituição que permite a venda de empresas estatais sem referendo, desistência do processamento enquanto aguarda aprovação do Congresso Nacional, ocorrida ao final da votação deste ano, projeto que renegocia dívidas dos estados com a União.
A prioridade do governo no próximo ano agora é aprovar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) os projetos que permitem ao estado privatizar essas empresas, principalmente a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa). Também está na lista de prioridades do governador a criação da Agência Mineira de Transportes (Artemig), que Seu objetivo será acompanhar os contratos de concessão de rodovias e a aprovação da proposta que permite a entrega da gestão dos hospitais a entidades privadas.
Num pequeno-almoço com jornalistas, o secretário do Governo, Gustavo Valadares (PNM) disse que estes serão os projectos mais importantes do próximo ano. “Alguns projetos são prioritários para 2025, destaco a privatização da Cemig e da Copasa – no caso da Cemig a corporação, e da Copasa a privatização. A estruturação do sistema de transportes com a criação da agência reguladora de infraestrutura, a Artemig, já está em andamento e pronta para aprovação em primeiro turno. Temos o projeto SSA-Gehosp (Serviço Social Autônomo de Gestão Hospitalar), que é um trabalho da Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais), para que ela possa modernizar a prestação de serviços junto aos hospitais públicos do estado. Enfim, esses são os principais pontos que eu traria para essa relação que temos com a Assembleia Legislativa”, destacou o secretário.
Estatal
Em relação à Cemig e à Copasa, ele afirma que há certa descrença entre os deputados quanto à possibilidade de tramitação de projetos que possibilitem a privatização de empresas estatais, até mesmo pela necessidade de o governo aprovar primeiro a Proposta de Emenda à Constituição (PEC). ) que acaba com a obrigatoriedade de realização de referendo para venda de empresas estatais e também reduz o quórum para aprovação.
Essa trava foi colocada na Constituição mineira durante a gestão do ex-governador Itamar Franco justamente para dificultar a privatização. Mas, segundo Valadares, o governo pretende trabalhar em cada um desses projetos para obter apoio básico para propostas que exijam quórum qualificado para serem aprovadas. As propostas ainda aguardam notificação do presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB) para iniciarem oficialmente a tramitação.
“Se você conversar com os deputados, é muito provável que a maioria deles esteja cética quanto à possibilidade de aprovação. Isso é natural, porque ainda não iniciamos a tramitação desses projetos. Uma das propostas que queremos fazer, assim que o presidente Tadeu encontrar o momento certo para ler os projetos, é buscar audiências públicas”, argumenta.
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Segundo ele, o governo pretende debater amplamente a proposta para convencer a população e o Legislativo de que “não há mais espaço para gestão estatal nessas duas empresas, que são muito estratégicas para os mineradores”. Valadares também comemorou os votos de interesse do Executivo no Legislativo neste ano e destacou que o governo obteve vitórias na maioria dos projetos enviados à Assembleia.
“Agora, esses dois projetos vão exigir mais trabalho, pois exigem mais discussão e maior convencimento. Temos os argumentos e trabalharemos assim que começar o processo para obter essa aprovação”, afirmou Valadares, que se afirma “otimista”. “Embora ainda não tenhamos iniciado esse trabalho de convencimento dos parlamentares, estou otimista.”
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