Pressionado por ‘renovação’, PT aposta na velha guarda para prefeituras

No dia 10 de junho, o presidente Lula realizou reunião virtual com ex-presidentes do PT para discutir a ‘renovação’ do partido. Os participantes incluíram o ex-ministro Jose Dirceu e ex-deputado José Genoínoambos condenados e presos por envolvimento em esquemas de corrupção no escândalo do Mensalão.

Na última segunda-feira, dia 24, o tema da renovação provocou um acalorado debate no partido, depois de a Juventude PT ter divulgado uma carta aos dirigentes do partido acusando a Direcção Nacional de “sufocar e impedir a transição geracional”.

As reações internas foram fortes. O tesoureiro do partido, Gleide Andrade, rebateu e afirmou que a carta era “desrespeitosa”. Ela acusou os jovens petistas de fazerem uma “Política de baixa queima, nojenta e suja”. A Juventude pediu desculpas.

Em meio à discussão, a Executiva Nacional divulgou uma lista com 157 candidatos que a Federação Brasil Esperança, da qual o PT faz parte, apoiará em cidades com mais de 100 mil eleitores —inclusive financeiramente. Curiosamente, a chamada “velha guarda” aparece com destaque.

Candidatos que serão apoiados pelo partido

A maioria dos escolhidos já ocupou cargos públicos importantes e foi notícia — nem sempre de forma positiva. Em Uberaba (MG), por exemplo, o PT apoiará a eleição do ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, atualmente afiliado ao PCdoB. Em 2005, Adauto confessou ter recebido dinheiro do mensalão.

Em São Caetano do Sul (SP), o PT lançará o ex-deputado Jair Meneguelli, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em Santos, o PT lançará o ex-deputado federal Telma de Souzaque foi prefeito da cidade entre 1989 e 1992.

Em Belém (PA), o partido apoiará a candidatura à reeleição do Edmilson Rodrigues, do PSOL, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas mais recentes. E há quem permaneça eterno nas prefeituras. Em Diadema, José de Filippi, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff, concorrerá ao quinto mandato como prefeito. A renovação, ao que parece, é uma prioridade, mas não agora.