11/07/2024 – 19:21
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Arthur Lira no centro da mesa durante debate sobre crise ambiental e sustentabilidade
A colaboração entre países e parlamentos com a sociedade na busca pela implementação da Agenda 2030 da ONU predominou nos discursos da 2ª sessão da 10ª Cúpula dos Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20) e das nações convidadas. O evento acontece na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Sob o título “Os Parlamentos e os desafios da crise ambiental e da sustentabilidade”, a sessão foi presidida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, que propôs que os países do G20 avancem na busca por alternativas de transição ecológica justas e inclusivas.
“Cabe aos parlamentares, nesta transição, serem sensíveis para não dissociar os desafios da distribuição de custos e manter a integralidade do conceito de desenvolvimento sustentável, com respeito aos direitos humanos e à dignidade independentemente de raça, gênero e etnia”, disse Lira.
O Vice-Presidente do Parlamento dos Emirados Árabes Unidos, Tariq Altayer, citou estimativas de que as alterações climáticas custarão 23 biliões de dólares até 2050. “Se não as resolvermos [a mudança climática]as consequências afetarão ricos e pobres, aumentando a migração de pessoas que sairão de seus territórios, principalmente dos estados mais ao sul para o norte”, afirmou.
A presidente do Senado do Canadá, Raymonde Gagné, lembrou que apenas 17% das metas da Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU) foram alcançadas e em 1/3 delas não houve melhoria. “As mudanças dependem da sociedade civil e dos parlamentos. No Canadá, trabalhamos para garantir o desenvolvimento sustentável”, afirmou, lembrando que o Senado canadiano reduziu a zero a sua pegada de carbono para dar o exemplo.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Raymonde Gagné, presidente do Senado do Canadá
Reforma financeira
O vice-presidente da Câmara Alta do Reino Unido, Simon Russell, apelou a outros países para se juntarem ao Reino Unido na reforma do sistema financeiro internacional, citando dados de que 3,3 mil milhões de pessoas vivem em países que pagam mais juros. do que gastam em educação e saúde.
Ele defendeu o aumento da resiliência das economias para enfrentar as alterações climáticas. “Há uma perspectiva de um aumento de 20% nos preços dos alimentos a nível mundial nos próximos anos”, disse ele.
A presidente do Parlamento de Angola, Carolina Cerqueira, destacou que o país incorporou a Agenda 2030 no plano de desenvolvimento nacional. “As nossas ações hoje não devem prejudicar as gerações futuras, e a industrialização não pode ter o alto custo do desmatamento, como ocorre no sul de Angola”, ponderou, lembrando iniciativas para ampliar o acesso à saúde e ao saneamento básico.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Carolina Cerqueira, Presidente do Parlamento de Angola
Alta emissão
O presidente do Parlamento da Coreia do Sul, Wonshik Woo, lembrou que os países do G20 têm 27% das emissões estimadas de gases com efeito de estufa e que o mundo pode ultrapassar os estimados 1,5 graus Celsius acima da média pré-industrial.
“Precisamos garantir que os parlamentos adotem medidas eficazes para atingir as metas de redução de emissões [de gases do efeito estufa] e também temos que colaborar para a transição verde noutros países em desenvolvimento”, disse.
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Puan Maharani, Presidente do Parlamento Indonésio
Na mesma linha, o Presidente do Parlamento Indonésio, Puan Maharani, alertou que a agenda de desenvolvimento sustentável da ONU exige o compromisso dos parlamentos em adoptar leis relevantes para promover “crescimento económico de alta qualidade com atenção às áreas ambientais e sociais”. “O tempo está passando e a inação é inaceitável”, disse ele.
Pela União Interparlamentar, a sua presidente, Tulia Ackson, alertou que o desenvolvimento sustentável requer mais do que boas intenções e políticas inclusivas. “A nossa união interparlamentar está comprometida com os objetivos do desenvolvimento sustentável através de ferramentas que tragam eficácia na construção desses objetivos”, afirmou, citando seminários em que há oportunidades de partilha de conhecimentos e abordagens inovadoras.
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Shri Harivansh, vice-presidente da Câmara Alta da Índia
Conquistas
O Vice-Presidente da Câmara Alta da Índia, Shri Harivansh, disse que o seu país sempre esteve na vanguarda no enfrentamento dos desafios do desenvolvimento sustentável. “Aprovamos diferentes leis nas últimas décadas e demos um contributo significativo para a redução das emissões, embora sejamos responsáveis por 4% dessas emissões com 17% da população mundial”, destacou.
Relatando também as conquistas do México, Alejandro Ismael Murat Hinojosa, membro da Câmara Alta do Parlamento, destacou programas de transferência de renda que beneficiam 80% da população mexicana para aumentar o salário mínimo em mais de 100%, considerando a abordagem social essencial para enfrentar a desenvolvimento sustentável. “Se a sociedade não for incluída nas decisões, tudo permanecerá nas boas intenções”, afirmou o parlamentar.
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Alejandro Murat, senador mexicano
Respostas a desastres
A vice-presidente da Câmara Baixa da África do Sul, Annelie Lotriet, reforçou a necessidade de implementar mecanismos de resposta a catástrofes que afectam muitas comunidades pobres em áreas sensíveis.
Segundo ela, “os desastres na África do Sul têm impacto no ambiente, causam danos substanciais às infra-estruturas públicas e aos activos privados, levando o governo a níveis de endividamento mais elevados”.
Da mesma forma, Telmina Pereira, do Parlamento de Moçambique, lembrou que, devido à localização geográfica do país, a população tem sofrido eventos extremos, como cheias que comprometeram o sector agrícola, especialmente o sector familiar. “Moçambique fez alterações na legislação sobre ambiente e protecção da biodiversidade, além de apostar numa estratégia de transição energética”, destacou.
Multipolaridade
O vice-presidente da Câmara Alta da Rússia, Konstantin Kosachev, disse que a implementação da Agenda 2030 enfrenta desafios devido à instabilidade da economia mundial, mas garantiu que a Rússia continuará a contribuir para os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. “Mas os países não podem usar estes objectivos para interferir na competitividade global”, afirmou.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Yang Zhenwu, parlamentar chinês
Da mesma forma, Yang Zhenwu, do Parlamento da China, destacou a filosofia chinesa de desenvolvimento centrado nas pessoas. Para ele, que é presidente da comissão de assuntos sociais do Parlamento chinês, “a comunidade internacional deve ter em conta as dificuldades das nações em desenvolvimento e os países desenvolvidos devem ajudá-las”.
Zhenwu defendeu a convergência em torno da multipolaridade com a colaboração conjunta na governação global e a salvaguarda da ONU e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Relatório – Eduardo Piovesan
Montagem – Pierre Triboli
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