Presidente da Funai defende orçamento maior para fundação de apoio a povos indígenas – Notícias

Presidente da Funai defende orçamento maior para fundação de apoio a povos indígenas – Notícias


18/06/2024 – 15h55

Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Joenia falou sobre a crise humanitária que o povo indígena Yanomami enfrenta

A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, pediu aos parlamentares que aprovem um orçamento maior para o órgão no próximo ano, para que a fundação possa atuar melhor na proteção do povo indígena Yanomami e dos povos indígenas do Brasil em geral .

“Em 2023, a Funai tinha um orçamento discricionário de apenas R$ 225 milhões para atender todo o Brasil, o ano todo. Neste ano, aumentou para R$ 289 milhões. Se não fosse pelo crédito extraordinário Dos R$ 245,6 milhões que vieram seria pouco”, lamentou Joenia Wapichana. “Coloquei a situação à Câmara, para que ela estabeleça condições para que tenhamos o orçamento necessário e adequado para darmos respostas.”

Joenia Wapichana participou, nesta terça-feira (18), de audiência pública na comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a investigação da crise humanitária dos Yanomami nos estados de Roraima e Amazonas.

O coordenador do colegiado, deputado Coronel Fernanda (PL-MT), que solicitou o debate, questionou a recente criação do Ministério dos Povos Indígenas diante da falta de recursos da Funai, órgão criado em 1967.

“Hoje foi declarado que a Funai não dispõe de recursos suficientes para cumprir sua função. Mesmo assim, o governo criou um ministério. Seria necessário fundir o ministério e a Funai em um único órgão?”, ponderou o parlamentar.

Por outro lado, a Coronel Fernanda convidou Joenia Wapichana para fazer parte da comissão e acompanhar os parlamentares em uma futura visita à região. O presidente da Funai informou que a fundação fornecerá todo o necessário para a visita.

Os Yanomami têm enfrentado problemas como a invasão de garimpeiros ilegais em seu território, o que resulta em conflitos, destruição do meio ambiente, disseminação de doenças e desnutrição da população. Nos quase 10 milhões de hectares de território aprovados em 1992 vivem cerca de 27 mil indígenas, distribuídos em aproximadamente 300 aldeias.

Ações
No encontro, Joenia Wapichana detalhou ações que a Funai vem realizando no território em conjunto com outros órgãos governamentais, como o Ministério da Saúde e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Após reconhecer a crise humanitária e declarar emergência de saúde pública na região, no início de 2023, o governo começou a trabalhar em quase 200 ações, com a participação de 18 agências. O princípio que norteia os programas é ouvir o povo Yanomami.

Para reverter a insegurança alimentar, a Funai vem distribuindo cestas básicas adquiridas pela Conab. No ano passado foram 59 mil cestas. Outros 34,8 mil foram entregues até 13 de junho deste ano.

A Funai também trabalha com a ideia de transição, para que os indígenas possam voltar a cultivar suas roças. Por isso, também entregou ferramentas agrícolas e de moagem de farinha.

“As sementes são entregues, para respeitar a alimentação dos povos indígenas. Milho, feijão, batata, mandioca para plantar mandioca para fazer beiju e farinha. Algumas comunidades já conseguiram reconstruir os seus campos. Outras não foram por causa da mineração, o que não permitiu a continuidade da plantação”, observou Joenia.

Ela acrescentou que os Yanomami querem documentos, escola, mas com respeito à forma como se organizam. “Querem dormir em paz, sem serem ameaçados, sem comer peixe contaminado com mercúrio”.

Mortes
Crítico ao governo, o deputado José Medeiros (PL-MT) destacou que as mortes no território Yanomami aumentaram no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme noticiado pela imprensa, passaram de 343 em 2022 para 363 em 2023, um aumento de quase 6%.

Na direção oposta, a deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) mencionou um apagão de dados no governo anterior, de Jair Bolsonaro, coincidindo com o momento da pandemia, o que impediria uma comparação adequada.

José Medeiros também quis saber “por que o governo, com seu discurso combativo, ainda não acabou com a mineração que já existia na primeira gestão Lula”.

Segundo Joenia Wapichana, o governo está a fazer esforços para reverter uma situação grave e a mudança não acontecerá da noite para o dia. Segundo a Funai, há estratégias para que a mineração permaneça.

Recomposição
Joenia Wapichana também defendeu a recomposição da Funai, órgão que atua em cerca de 14% do território brasileiro, de acordo com a distribuição de terras indígenas onde vivem 1,7 milhão de pessoas, mas tem apenas 1.325 funcionários.

“Pedimos ao presidente Lula que fizesse um concurso público. Fomos autorizados para 502 novas vagas. A prova será realizada em agosto. Ao mesmo tempo que abrem vagas, tenho na minha mesa 500 pedidos de aposentadoria compulsória. Precisaremos de competições que possibilitem acompanhar todas essas ações”, afirmou o presidente da Funai.

Reportagem – Noeli Nobre
Edição – Ana Chalub



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