Precisamos de ‘câmeras’ que mostrem quem é Tarcisi…

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A frase é a seguinte e soaria como uma zombaria se não fosse a tragédia que a acompanha: “Ele [Derrite] Ele está muito aberto a receber orientação. Ele é um profissional estudioso. Às vezes há um problema de comunicação que precisa ser ajustado. Tenho que confiar na minha equipe. E vou confiar na minha equipe.”

Quem disse a preciosidade foi Tarcísio Gomes de Freitas, o chamado “moderado”, no dia 5 de dezembro, ao responder sobre seu secretário de Segurança Pública, o nada moderado Guilherme Derrite. Tenho insistido que é preciso rever o lado democrático e conciliador do governador de São Paulo. Talvez precisemos de uma câmera zoom, daquelas que ele insiste em não colocar nos uniformes dos policiais, para tentar entender quem é Tarcísio e o que ele pensa. Mais do que a opinião disto ou daquilo, ele mesmo mostrou quem é e para que veio.

Em maio deste ano, por exemplo, ao ser questionado sobre o excesso de violência cometido por policiais na Baixada Santista, Tarcísio disse em voz alta: “Então, sinceramente, estamos muito tranquilos com o que está sendo feito. E então, as pessoas podem ir para a ONU, para a Liga da Justiça, seja lá o que for, e eu não me importo.” Muito longe do que se imagina de um estadista democrata, convenhamos.

Para ser justo, é prudente dizer que sim, Tarcísio mostrou que pode estar mudando de ideia. Ele afirmou que “nosso discurso tem peso” ao falar da violência que ganha destaque dia após dia nos noticiários e é filmada por pessoas anônimas, geralmente parentes ou conhecidos das vítimas da brutalidade da Polícia Militar de São Paulo. Vendo que a situação caminha para prejudicar sua imagem, Tarcísio disse ainda que se enganou sobre as câmeras dos policiais, numa clara descarada, pois há muito sabe da eficiência do uso de equipamentos nos uniformes.

No final das contas, o que vem acontecendo são sentenças soltas do governador, além de uma matança desmedida, e uma violência absurda à vista de todos. Ninguém escapa, embora os jovens, negros e periféricos sejam as maiores vítimas, aliás não só em São Paulo. Em terras de Tarcísio, porém, as coisas parecem ter se institucionalizado. Se antes eram considerados casos isolados, agora se repetem diariamente.

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Se há poucos dias um policial fora de serviço matou um homem de 26 anos com 11 tiros; dias depois, foi uma senhora idosa que foi atingida pela coronha de um rifle e saiu aos prantos, sem acreditar que pudesse ter vivenciado aquilo na frente de sua família. Dias antes, desacreditados pelas forças de segurança, víamos um policial jogando um menino da ponte como se fosse um saco de lixo. Um mês antes, Ryan da Silva, de 4 anos, foi morto no litoral de Santos, atingido por uma bala perdida, disparada por policiais em uma operação que também matou, no mesmo dia, um adolescente de 17 anos. Os casos se alinham de forma desoladora e dramática.

Tarcísio de Freitas tem razão em uma coisa: os discursos importam e movimentam multidões e até corporações hierárquicas como a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Embora diga que se arrepende, o governador insiste em deixar no cargo o pai do seu plano de segurança para a campanha de 2022, o citado e nada moderado, Guilherme Derrite, que aparentemente permanecerá no cargo. Talvez ele tenha que se curvar à decisão do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, que, a pedido da Defensoria Pública do estado de São Paulo, determinou imediatamente a inserção de câmeras nos uniformes dos policiais.

Teremos que ver se a prática se aliará ao discurso ou se a ordem continuará a ser o absurdo proferido de que “um criminoso bom é um criminoso morto”, posto em acção hoje por Derrite e a sua corporação.

*Rodrigo Vicente Silva é mestre e doutor em Ciência Política (UFPR-PR). Estudou História (PUC-PR) e Jornalismo (Cásper Líbero). É vice-editor do Journal of Sociology and Politics. Está vinculado ao grupo de pesquisa Representação Democrática e Legitimidade (INCT-ReDem). Contribua para esta coluna semanalmente



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