Políticas públicas para superar crise humanitária dos Yanomami não chegam às aldeias, dizem líderes indígenas – Notícias

Políticas públicas para superar crise humanitária dos Yanomami não chegam às aldeias, dizem líderes indígenas – Notícias


09/07/2024 – 13h16

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Beto Goés cobrou resultados dos governos federal, estadual e municipal

Lideranças indígenas destacaram que as políticas públicas para superar a crise humanitária Yanomami na região Norte do país não chegaram às aldeias. Eles foram ouvidos, nesta terça-feira (9), no comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a crise humanitária Yanomami.

Os Yanomami têm enfrentado problemas como a desnutrição e a invasão de garimpeiros ilegais em seu território, o que resulta em conflitos, destruição do meio ambiente e propagação de doenças.

Representante da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes, Beto Goés foi um dos dirigentes que reclamou que as políticas públicas não chegam às aldeias. Ele chamou a atenção para o ineficiência do Estado brasileiro no cuidado ao povo Yanomami nos estados do Amazonas e Roraima, independentemente do governo.

“Sim, o governo federal tem cuidado, tem feito isso pelo povo Yanomami, mas não chega, não se vê, essa realidade é triste para o meu povo”, disse. “Sabemos que esse governo injetou recursos federais na saúde Yanomami, onde estão os resultados, principalmente em Roraima?” ela questionou.

Responsabilidade compartilhada
Beto Goés lembrou que, apesarInvestimento federal, em 2023 o Ministério da Saúde registrou 363 mortes de indígenas no território Yanomami, um aumento de quase 6% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 343 mortes. A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) alega subnotificação em 2022.

“De quem é a culpa?” perguntou o líder Yanomami. “É do governo federal, claro, do governo estadual também, do município também.” Ele destacou ainda que o governo retirou garimpeiros ilegais da região, mas ainda há invasores de facções criminosas.

Invasores
Representante da Associação Texoli Ninam, de Roraima, Gerson Ninam também manifestou preocupação com a presença de invasores de facções criminosas nas terras indígenas do estado. Ele pediu reforço de segurança e presença da Polícia Federal. Ainda segundo o líder indígena, a população da região enfrenta sobretudo a malária. Segundo ele, faltam remédios na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e também falta água potável.

O secretário da Associação Indígena Xoromawe, Rui Leno, de Barcelos (AM), também alertou que a situação dos Yanomami é muito ruim no município. “O que precisamos que seja feito aqui em Barcelos? Cabe a cada instituição fazer um pouco da sua parte: para o cenário municipal fazer a sua parte, para o cenário federal fazer a sua parte, para o cenário estadual fazer a sua parte”, cobrou. fazendo um pouco, podemos dar o básico: acesso à água potável, acesso à educação, acesso à saúde”, listou a liderança indígena.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Célia Xakriabá exigiu educação para crianças indígenas

Educação indígena
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) lembrou que a educação escolar indígena é uma responsabilidade do Estado, sob a coordenação do Ministério da Educação, mas disse que os municípios também precisam se comprometer. O acesso à educação escolar indígena, para ela, é uma questão emergencial. “Já imaginou se as meninas que foram estupradas pela mineração estivessem na escola? Talvez eles não tivessem sido estuprados.”

O parlamentar destacou o papel da alimentação escolar na alimentação das crianças indígenas e defendeu que essa refeição seja adaptada aos costumes do povo e que possa ser compartilhada, de acordo com a tradição indígena. Ela também defendeu a destinação de mais emendas orçamentárias parlamentares para os povos indígenas da região, devido à crise humanitária.

A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), que foi secretário de saúde indígena no governo Bolsonaro, Ela criticou, por sua vez, o isolamento dos povos indígenas, que, na sua opinião, prejudica o acesso à educação e à ciência e tecnologia.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Silvia Waiãpi criticou o isolamento dos povos indígenas

Visita às aldeias
O deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) sugeriu diálogo entre a comissão externa e a subcomissão especial criada dentro da Comissão da Amazônia e dos Povos Originais e Tradicionais para tratar também da crise Yanomami.

Ele também pediu a participação dos membros do subcomitê na visita que a comissão externa fará aos territórios Yanomami da região Norte. Presidente da comissão externa, deputada Coronel Fernanda (PL-MT) afirmou que colocará o pedido em votação no colegiado.

A A visita da comissão aos territórios Yanomami de Roraima e Amazonas acontecerá após o período eleitoral, de 4 a 14 de novembro.

Antes disso, no dia No dia 13 de agosto, a comissão externa realizará a última audiência pública agendada, com representantes da Sesai, e dos ministérios da Educação, da Justiça e dos Povos Indígenas.

No debate de hoje, outros nove líderes indígenas também estavam programados para participar online, mas a maioria não conseguiu acesso à internet para participar.

Relatório – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein



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