Polícia tem quatro suspeitos em atentado contra candidato à reeleição

A Polícia Civil anunciou nesta quinta-feira (24/10) que o número de suspeitos de envolvimento no ataque a tiros contra José Aprígio da Silva (Podemos), prefeito e candidato à reeleição de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, aumentou para quatro. .

Três deles são identificados como diretamente ligados ao ataque da última sexta-feira (18/10). Um deles, identificado como Gilmar de Jesus Santos, está preso, e os outros dois, Jefferson Ferreira de Souza e outra pessoa não identificada, estão com mandado de prisão temporária expedido.

Outro mandado de prisão foi solicitado para um quarto suspeito, mas a polícia não forneceu detalhes sobre ele e seu grau de envolvimento no crime.

Gilmar foi preso nesta segunda-feira (21/10). Quase R$ 8 mil foram apreendidos de seu bolso, segundo a polícia. O suspeito nega envolvimento no crime e afirma que o dinheiro é resultado da venda de um carro. Segundo Hélio Bressan, delegado seccional de Taboão da Serra, ele tinha antecedentes criminais e estava foragido da Justiça.

“Depois de sabermos exatamente quem executou o crime, vamos querer saber a motivação do crime. Depois, se há mandantes e quem são”, afirmou Bressan durante a coletiva de imprensa.

Segundo a corporação, Gilmar dirigia o veículo no momento do ataque, enquanto Jefferson ajudou na fuga.

Nenhuma das quatro pessoas investigadas foi acusada. A polícia ainda não mencionou um possível motivo.

O prefeito ainda não foi ouvido pelas autoridades. Os delegados responsáveis ​​pelo caso disseram que havia fortes evidências de que os suspeitos se conheciam. A polícia confirma que foi disparado um tiro de fuzil, mas a arma do crime não foi apreendida e ainda não há boletim informando o número de disparos.

Falaram à imprensa nesta quinta-feira os delegados Bressan, Júlio Guebert, diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária do Macro São Paulo), Daniel Coehn, chefe do 1º DP de Taboão da Serra.

Disseram que o caso é prioritário, dada a gravidade do crime, cometido próximo às eleições, e afirmaram que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem acompanhado de perto as investigações.

O candidato à reeleição sofreu o atentado no dia 18 de outubro, na rodovia Regis Bittencourt,

ao visitar bairros da cidade afetados pelas chuvas. No dia, o carro em que ele estava foi atingido por tiros, atingindo-o no ombro.

Após o primeiro tratamento em Taboão, ele foi transferido para o Hospital Albert Einstein, no Morumbi, em São Paulo. Segundo o boletim médico, Aprígio sofreu uma lesão na região da clavícula esquerda.

As últimas informações sobre seu estado de saúde, dadas nesta terça-feira (22/10), indicam que o político já havia sido transferido da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para um quarto e continuava em recuperação.

Aprígio, de 72 anos, disputa o segundo turno em Taboão da Serra contra o candidato Engenheiro Daniel (União Brasil), que terminou o primeiro turno das eleições municipais com 48,98% dos votos válidos. O atual prefeito obteve 25,93% dos votos.

O cenário é uma repetição da eleição de 2020, quando ambos foram juntos ao segundo turno. Na ocasião, Aprígio venceu por vitória esmagadora e com margem apertada: apenas 1.700 votos a mais que seu adversário, num total de 153 mil eleitores.

Segundo levantamento da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), as eleições de 2024 registraram um número recorde de casos de violência. Pelo menos 338 delas ocorreram entre julho e setembro deste ano, mais da metade envolvendo violência física.

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Ainda segundo o levantamento, Taboão registrou pelo menos três episódios de violência política desde 2021, incluindo o assassinato de um conselheiro da prefeitura e o atentado contra Aprígio na semana passada. A cidade tem o quinto maior índice de homicídios por 100 mil habitantes do estado de São Paulo, segundo o Atlas da Violência 2024.