PL banca campanha de todos da família Bolsonaro

FOLHAPRESS – O PL financia, quase na totalidade, as campanhas dos membros da família Bolsonaro que concorrem às eleições municipais deste ano.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma doação individual para apenas uma das crianças: R$ 1 mil para Carlos Bolsonaroconhecido como “02”. Ele disputa a reeleição como candidato a vereador pela cidade do Rio de Janeiro.

Detentor da maior fatia do fundo eleitoral em 2024 (R$ 888 milhões), o PL desembolsou R$ 1,8 milhão na campanha de Carlos. O valor corresponde a 89% do limite de gastos permitido para cada candidato a vereador na cidade.

Além dos recursos vindos do partido e do pai, Carlos declarou Justiça Eleitoral até esta terça-feira (17/9) apenas mais uma doação no valor de R$ 7.692,30 em forma de prestação de serviços.

Já é o quarto filho do ex-presidente, Jair RenanBolsonarorecebeu R$ 135,1 mil do PL, o que representa 91% do limite de arrecadação para candidatos a vereador em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina.

Jair Renan concorrerá com o mesmo nome do pai nas urnas, mas até agora não contou com sua doação individual, segundo registros de prestação de contas da Justiça Eleitoral.

Réu acusado de falsidade ideológica e uso de documentos falsos para obtenção de empréstimos bancários, o quarto filho do ex-presidente afirmou em março, nas redes sociais, que trocou o Rio de Janeiro, reduto eleitoral de sua família, por Santa Catarina porque a população do estado onde eles vivem atualmente são trabalhadores e honestos.

Outro membro da família que comanda este ano é Renato Bolsonaro, irmão de Jair Bolsonaro. Candidato a prefeito em Registro, no interior de São Paulo, Renato recebeu R$ 391,6 mil do PL, também 89% do limite de arrecadação.

Além do partido, a única outra doação à campanha vem do próprio candidato, no valor de R$ 4.840.

PL é a sigla com maior fundo eleitoral, seguido pelo PT, com R$ 619 milhões, União Brasil (R$ 538 milhões), PSD (R$ 421 milhões), PP (R$ 417 milhões), MDB (R$ 404 milhões), Republicanos (R$ 344 milhões), Podemos (R$ 236 milhões).

Em janeiro deste ano, o presidente Lula sancionou R$ 4,96 bilhões para financiar as campanhas eleitorais municipais deste ano. Aprovado pelo Congresso, o valor representa recorde para eleições nas cidades.

O valor é distribuído conforme regras previstas na legislação eleitoral. Entre os critérios estão os tamanhos das bancadas da Câmara e do Senado.

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Até 2015, as empresas eram as principais financiadoras das candidaturas. Naquele ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu as doações empresariais sob o argumento de que o poder econômico desequilibrava o jogo democrático.

A partir das eleições de 2018 foi criado o fundo eleitoral, composto por dinheiro público para financiar as atividades de campanha. O fundo para as eleições municipais de 2020 foi de R$ 2 bilhões.