FOLHAPRESS – Congresso avalia Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga deputados e senadores a destinarem parte de suas emendas a ações relacionadas à prevenção e resposta a desastres.
Apresentado no ano passado, o projeto ganhou força devido às chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024. Para ser promulgada, a PEC ainda precisa da aprovação de uma comissão especial da Câmara e dos votos de 3/5 dos deputados e senadores .
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Relatório apresentado nesta segunda-feira (17/6) na comissão que discute a PEC define que 5% das alterações individuais e de bancada estadual devem ser aplicadas em “ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação de desastres”.
Além disso, 10% das emendas das comissões temáticas do Congresso deverão servir ao Fundo Nacional de Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap) para ações de preparação para desastres.
O deputado Gilson Daniel (Podemos-ES), relator do projeto, estima que a PEC garantiria o repasse de pelo menos R$ 3,2 bilhões para ações de prevenção e resposta a desastres. O cálculo considera os valores reservados para alterações em 2024.
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Para liberar recursos aos municípios afetados pelas chuvas no RS, o governo tem exigido a apresentação de planos de trabalho. O relatório da PEC tem controle mais frouxo e diz que os recursos destinados às alterações devem ser enviados “direta e imediatamente ao ente federado beneficiado”, “independentemente da assinatura de convênio, de outros instrumentos similares ou do cumprimento do ente”.
O governo iniciou o ano com cerca de R$ 2 bilhões para ações de “gestão de riscos e desastres”. O orçamento subiu para R$ 4,7 bilhões para mitigar os danos causados pelas chuvas no RS e outros desastres. Do orçamento atual, cerca de R$ 70 milhões são oriundos de emendas parlamentares.
O relatório propõe ainda que o apelo às alterações que não forem comprometidas até o final do ano seja destinado ao Funcap.
O orçamento de 2024 reserva R$ 51,6 bilhões para emendas parlamentares. No caso de indicações individuais de deputados e senadores, 50% do orçamento é destinado a ações de saúde.
PEC
A PEC foi apresentada pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) em setembro de 2023 e assinada por parlamentares de esquerda e direita. O texto inicial reservava 5% das alterações individuais para ações ligadas a catástrofes. O relator ampliou a proposta para incluir também indicações de bancadas e comissões estaduais.
O projeto foi aprovado em dezembro do ano passado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara. Em maio, com as chuvas no Rio Grande do Sul, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) constituiu a comissão especial para debater a PEC.
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O impacto das chuvas obrigou o governo Lula a buscar recursos em emendas e outras fontes para reforçar as ações de defesa civil, saúde e assistência social na região.
O Congresso controla mais de 50% dos recursos do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, secretaria que atua na linha de frente em desastres como o registrado no Rio Grande do Sul, mas prioriza a destinação de emendas para entrega de tratores e obras de construção. pavimentação em redutos eleitorais.
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