A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e 13 governadores em Brasília, na última quinta-feira, 31, para debater a Proposta de Segurança para Emenda à Constituição (PEC) foi extremamente positiva.
A questão é se os brasileiros confiarão na capacidade da PEC de trazer resultados concretos, depois de testemunhar – nas últimas décadas – o aprofundamento de uma crise crônica na segurança pública do país, apesar de inúmeros projetos, planos e intervenções – executados em sequência por diferentes administrações e governos.
Porém, algo precisa ser feito, e o pacote de medidas proposto pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, provocou algumas reações dos governadores presentes. Poderíamos escrever nesta coluna uma dezena de artigos sobre os diferentes aspectos abordados na reunião. Merecem destaque especial as intervenções de Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas, respectivamente à frente dos governos de Goiás e de São Paulo.
Governador Caiado se gaba ao dizer que “acabou” com a criminalidade em seu estado. Isso não é verdade. Goiás registra atualmente a presença e atuação do PCC e do Comando Vermelho em seu território. Mesmo que não tenha sido registado, o combate ao crime é uma actividade que não pode parar. A luta contra o crime deve ser tratada como um jogo de futebol que nunca termina, onde o árbitro não dá o apito final. Além disso, Goiás não é uma ilha isolada nem um território da Escandinávia. É uma das 27 unidades da Federação, localizada no centro do país, fazendo divisa com as regiões Nordeste, Sudeste e Norte, e com outros cinco estados. Vale lembrar que a delinquência organizada e seus exércitos de criminosos formam um “corpo líquido”, que invariavelmente transborda para as regiões vizinhas.
O governador de Goiás ainda não aceita a ideia de os estados adotarem diretrizes federais para combater eficazmente a macrocriminalidade no país como um todo. Por fim, sugere que os Estados membros comecem a legislar sobre questões criminais e processuais penais, algo que se fosse posto em prática seria o “bode na sala” da administração da justiça criminal no país. O pacto federativo certamente confere autonomia ao Estado-membro – o que não significa soberania.
O governador Tarcísio de Freitas deu uma contribuição relevante à discussão ao alertar sobre a infiltração do crime organizado em negócios e mercados legais e legítimos. Não pode haver maior preocupação neste momento.
O governador de São Paulo parece saber que o problema hoje não se limita mais ao crime organizado que atua em atividades ilegais como o tráfico de drogas e armas, mas sim a gangues e facções criminosas que invadem e tomam mercados legais e estratégicos, como combustíveis, bebidas , cigarros, construção, medicamentos, etc.
A partir dessas plataformas econômicas, o crime organizado se sustenta financeiramente com o viés da legalidade, e assim apoia campanhas eleitorais para vereadores e deputados. Numa segunda onda, elege prefeitos e apoia campanhas para governadores. Ao final, após se infiltrarem nos Poderes Executivo e Legislativo com bancadas fortalecidas econômica e politicamente, nomeiam juízes para os tribunais de Justiça, e chegam ao Judiciário.
Os Três Poderes serão contaminados pelo crime. Isto é o que poderíamos chamar de processo de “mexicanização” de um Estado – ou “riodejaneirização”.
É importante lembrar que para termos sucesso neste confronto devemos deixar de lado as questões ideológicas. Vivemos riscos que já não exigem ações dos governos, mas do Estado. As medidas devem ser mais estruturais e pragmáticas, baseadas em estatísticas e conhecimentos comprovados. Na temerária questão da tomada dos mercados legais pelo crime, devemos pensar em sistemas que proporcionem total rastreabilidade (Seguir o Produto) do que é produzido, e na criação de uma organização que funcionaria como COAF dos produtos, o que muito mitigar atividades como evasão fiscal, pirataria, falsificação e peculato – tão exploradas por facções criminosas.
É importante destacar que a iniciativa do Ministro da Justiça tem como um dos seus principais objetivos permitir que a Polícia Federal amplie o seu papel de investigação de organizações criminosas. Hoje a PF tem a limitação de só poder investigar casos de organizações criminosas que cometem crimes federais. Isto limita a sua ação nesta área urgente. Pela sua expertise e abrangência em todo o país, acreditamos que o envolvimento da Polícia Federal no enfrentamento dessas quadrilhas é fundamental, sem as restrições atuais.
Por fim, em relação ao compartilhamento de bancos de dados e inteligência policial, no que diz respeito à colaboração da Polícia Federal com as forças de segurança do Rio de Janeiro, especialmente com a Polícia Militar, serão necessários muita cautela e controles para evitar vazamentos que possam prejudicar o sucesso das operações e as vidas dos policiais nelas envolvidos estão em risco. A participação de PM’s e policiais civis do Rio de Janeiro no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes nos permite acreditar que será necessário um amplo e aprofundado (prévio) trabalho de corregedoria e corregedoria nessas duas instituições .
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