PEC da autonomia do BC tem ‘jabuti’ para beneficiar cartórios



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O relatório da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sobre a autonomia financeira do Banco Central incluiu uma tartaruga que protege os cartórios de futuras inovações da autoridade monetária, como a implementação de uma moeda digital, já em fase de testes.

O parecer foi lido nesta quarta-feira (7/3) pelo relator, senador Plínio Valério (PSDB-AM), mas a discussão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado foi adiada após pedido de vista coletivo. Ainda não há data para votação.

O jabuti – quando se insere um dispositivo dentro de um projeto que nada tem a ver com seu tema original – foi proposto pelos senadores Weverton Rocha (PDT-MA) e Carlos Portinho (PL-RJ), com redação idêntica. Os dois alegam que transmitir ao BC “poderes de regulação, fiscalização e resolução sobre serviços notariais poderia comprometer a independência e a imparcialidade desses órgãos”.

Entre outras medidas, o real digital, batizado de Drex pelo Banco Central, promete facilitar operações como compra e venda de imóveis e veículos por meio de contratos inteligentes que eliminariam a necessidade de ida ao cartório.

O cartório continuaria como intermediário em processos como a transferência de um imóvel para confirmação da titularidade do bem, por exemplo, mas todo o empreendimento ocorreria de forma digital, segundo a autoridade monetária.

O texto da alteração diz que a autonomia conferida ao BC “não abrange, restringe, altera ou acumula os serviços próprios da competência dos notários e conservadores atribuídos por lei e exercidos nos termos do artigo 236.º e demais normas especiais, que são exercido de forma privada, por delegação do Poder Público”.

Assessores e técnicos do Banco Central visitaram gabinetes no Senado para pedir apoio à PEC, defendida pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto. A ofensiva ocorre em meio à resistência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de uma ala de servidores.

Após a emenda constitucional, o Banco Central passaria de agência especial a empresa pública de natureza especial. Apesar de ter autonomia garantida por lei desde 2021, a autoridade monetária não tem poder sobre o seu próprio orçamento.

Nota técnica feita pela liderança do governo no Senado afirma que a PEC é inconstitucional, ambígua, gera insegurança jurídica aos servidores e questiona a fiscalização das instituições financeiras.

Entre outros pontos, o parecer diz que a PEC gera “incerteza quanto ao regime jurídico” ao criar uma empresa pública com funções incompatíveis com a exploração da actividade económica, como a emissão de moeda e a gestão de reservas internacionais.

Governantes avaliam reservadamente que Campos Neto tenta deixar uma marca em sua gestão com a aprovação da PEC. A proximidade do presidente do BC com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também tem incomodado a base de Lula.

Inicialmente, o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), propôs que a discussão fosse adiada por tempo indeterminado – o que, na visão do relator, “mataria” a PEC. Com o pedido coletivo de vista, a discussão pode ser retomada na próxima semana.

Atritos entre Lula e Campos Neto também foram mencionados durante a sessão. “O voto é a favor, dizendo que quero ser livre. Por isso li, porque essa discussão, que deveria ser uma discussão de Estado, está virando um picuinha entre o presidente do Banco Central e o presidente Lula, que pode’ Não me canso de prejudicar o país”, disse Valério.

“Se for uma questão de Estado, é uma questão para toda a vida. Não é uma questão de governo que estamos discutindo; é uma questão de Estado”, rebateu o senador petista Rogério Carvalho (PT-SE), a favor do adiamento da votação.



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