Os bastidores do novo debate com candidatos a pref…

O debate entre candidatos a prefeito do Rio de Janeiro, promovido nesta quinta-feira, 12, pela VEJA em parceria com a ESPM, é um que precisa ser visto porque retrata muito bem a política no Brasil.

Enquanto o líder das pesquisas, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), não apareceu alegando incompatibilidade na sua agenda, mas queria mesmo não ser o alvo principal do debate, Alexandre Ramagem (PL), Tarcísio Motta (PSOL) Marcelo Queiroz (PP) e Rodrigo Amorim (União) foi e promoveu grandes confrontos.

Logo no início do debate, Ramagem quis nacionalizar a disputa do Rio, afirmando que Bolsonaro permaneceu com ele, mas Lula abandonou o esquerdista Tarcísio, do PSOL, ao colocar o pé no palanque de Paes.

A partir daí o confronto continuou, passando ora pela política local do Rio de Janeiro, ora por Brasília, na disputa nacional, mas também pelo mundo (sim, leitor!), como a guerra entre Israel e Hamas, e os horrores que acontecem na Palestina.

Outro momento em que as questões mundiais ganharam destaque ocorreu quando este colunista (assista abaixo) questionou Ramagem sobre como seu grupo político, liderado pelo ex-presidente Bolsonaro, enfrentará os eventos extremos causados ​​pelas mudanças climáticas no Rio de Janeiro, uma cidade vulnerável, negando a gravidade do momento?

“Há muita discordância nas narrativas do mundo sobre as mudanças climáticas. Se dependesse de Al Gore, por exemplo, hoje todo o litoral do Rio de Janeiro ficaria inundado”, disse o ex-chefe da Abin de Bolsonaro, que aproveitou para criticar a gestão de Paes no GeoRio, mas acabou sendo chamado de “Terraplana” de Tarcísio.

(E aqui faço um parêntese, leitor, para te explicar que, nos bastidores, Ramagem e Tarcísio mantêm uma relação amigável, chegando a brincar sobre a vitória suada do Vasco, time dos dois políticos, em jogo pela a Copa do Brasil nesta quarta-feira, 11. Na verdade, Paes também é Vasco. Não há polarização entre os três)

Mas, voltando à política, Tarcísio também teve vários confrontos acalorados com Rodrigo Amorim durante o evento, gerando discussões e até risadas, enquanto Marcelo Queiroz tentava falar de uma posição centrista sobre seu programa para prefeito do Rio.

No final, Paes não foi completamente espancado como se tivesse partido, mas foi espancado muito, tendo sua gestão sido chamada de incompetente em diversas áreas, como Meio Ambiente, Segurança, Transportes, além de ser chamado de preguiçoso, um mafioso e fugitivo.

Além da guerra política e de algumas baixas, o debate foi dinâmico, também tratou de propostas e ainda pode ser visto em plataformas como o YouTube. Os vencedores certamente serão o eleitorado carioca.