O Orçamento de Minas Gerais para 2025 foi aprovado nesta quarta-feira (18/12) na Assembleia Legislativa, estabelecendo um déficit de R$ 8,6 bilhões para os cofres do estado no próximo ano fiscal. O texto foi votado em turno único em reunião extraordinária da Assembleia Legislativa (ALMG), na forma de substitutivo ao texto original.
A votação ocorreu na manhã desta quarta-feira e teve 61 deputados se manifestando a favor do Projeto de Lei (PL) 2.905/2024 e apenas Antônio Carlos Arantes (PL) como voz contrária. As novas contas foram enviadas aos deputados após revisão que aumentou o déficit em R$ 1,5 bilhão.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) enviada pelo governador Romeu Zema (Novo) à Assembleia trabalha com previsão de receita de R$ 128,9 bilhões e despesa de R$ 197,5 bilhões. A diferença entre receitas e despesas supera o rombo previsto para 2024, quando o Legislativo autorizou um déficit de R$ 8 bilhões.
O governo de Minas Gerais espera um aumento de 8,6% na receita tributária em 2025 em relação a este ano, atingindo R$ 111,9 bilhões. Mais de três quartos desse valor referem-se a ganhos obtidos com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A despesa de R$ 179,5 bilhões inclui acréscimo de R$ 1,1 bilhão com pagamento de juros e amortização da dívida do estado. Na elaboração do orçamento, o Governo Zema levou em consideração a entrada de Minas no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), autorizado pela Justiça, mas sem anuência da Assembleia. A LOA também leva em consideração a possível migração para o Programa de Pagamento da Dívida do Estado (Propag), aprovado por unanimidade no Senado na noite de terça-feira.
Votação atrasada
O PL 2.905/2024, que trata do orçamento de 2025, foi votado no apagamento da Assembleia após sua tramitação ter sido suspensa devido à necessidade de ajustes nas contas apresentadas inicialmente pelo governo de Minas Gerais.
Nesta semana, um acordo entre os poderes estaduais liberou o projeto para votação após dois meses de tramitação na Assembleia. Legislativo, Executivo, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) chegaram a acordo para liberar votação em plenário.
Uma das principais alterações no texto original foi a inclusão de despesas relativas à retomada das contribuições ao Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM). Em novembro, o TCE-MG determinou que Zema adotasse lei estadual em vez de lei federal para financiar o fundo dos bombeiros e da polícia mineira. Desta forma, o Executivo voltará a contribuir com 16% dos salários dos funcionários públicos para o fundo de caixa do IPSM, uma despesa que está fora das contas do governo desde 2020.
Além disso, o orçamento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) também sofreu aumento. A insatisfação do Poder Judiciário com os cortes de gastos sofridos na esteira da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal foi um dos fatores que atrasou a votação da LOA.
Na nova forma, o orçamento prevê despesas com pessoal do Judiciário equivalentes a 6,4% da receita corrente líquida (RCL), percentual acima dos 6% definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A folha de pagamento dos funcionários Executivos representa 51,05% da receita, também acima dos 49% estabelecidos como limite na legislação.
Mudanças
O substitutivo enviado por Zema aos deputados na última sexta-feira (13/12) aumentou em 20% a diferença prevista no texto original. No projeto enviado à Assembleia em outubro, os gastos do Executivo giravam em torno de R$ 128,9 bilhões e aumentaram para R$ 137,5 bilhões com os ajustes.
O texto votado pela Assembleia nesta quarta também autoriza o governo de Minas Gerais a abrir créditos adicionais de até R$ 23,6 milhões para a Defensoria Pública e R$ 86,2 milhões para a Procuradoria-Geral da República.
Na mesma reunião em que a LOA foi aprovada, os deputados também votaram esmagadoramente a favor da revisão para 2025 do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2024-27.
O texto de atualização do PPAG é feito anualmente para revisar as diretrizes estabelecidas para toda a legislatura vigente. As revisões são feitas a partir de reuniões com parlamentares, consultas públicas e audiências em diversos municípios do estado.
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