A cada quatro anos, os eleitores são bombardeados com propostas de candidatos que tentam ouvir a voz do povo e apresentar soluções para as cidades brasileiras. A adaptação às demandas é necessária para quem tenta ter sucesso na disputa para prefeito ou por uma vaga na Câmara Municipal, mas isso não é necessariamente uma via de mão única. Com o objetivo de pressionar e apresentar propostas do eleitorado aos candidatos, Organizações Não Governamentais (ONGs) da capital mineira se uniram para desenvolver o projeto “BH do Futuro”, no qual escolhem seis áreas de atuação atenção principal para quem assumir o comando do Executivo a partir de 2025.
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A iniciativa partiu das ONGs Minha BH, Nossa BH e Teia de Criadores, e será lançada oficialmente na próxima quarta-feira (9/11), às 19h, sob o Viaduto Santa Tereza. Lá serão discutidas propostas organizadas em seis frentes principais: gratuidade do transporte, aumento de ciclovias, limpeza de rios, luta por moradia, por uma cidade mais arborizada e pela preservação da Serra do Curral. Além da apresentação das propostas, o evento contará com a presença do artista FBC e do grupo Família de Rua.
“Nosso principal objetivo é melhorar o debate público durante as eleições. Queremos ver os candidatos falando sobre o que realmente importa e que vai mudar a qualidade de vida de BH. Por isso, construímos a campanha em torno de seis metas objetivas e ousadas. Agora, esperamos que as aplicações assumam um compromisso com esta BH do Futuro que tem tudo para começar a ser construída agora”, explica Roberto Andrés, professor da Faculdade de Arquitetura da UFMG e membro da ONG Minha BH.
No site do projeto agora é possível acessar um formulário que envia e-mails para cada um dos dez candidatos a prefeito de Belo Horizonte com as propostas sugeridas no “BH do Futuro”. Até o momento, Duda Salabert (PDT), Rogério Correia (PT) e Gabriel Azevedo (MDB) já se comprometeram com as ideias sugeridas. A iniciativa também produziu imagens com inteligência artificial para ilustrar como seria a cidade se as ousadas iniciativas fossem colocadas em prática (imagens incluídas no final da matéria).
As propostas
O primeiro eixo do projeto chama-se “Rio limpo sem enchentes”. Nesse grupo, são propostas medidas como a implantação de coleta, interceptação e tratamento de esgoto em 100% dos endereços da capital até 2028. ONGs ainda criticam a distribuição de R$ 1 bilhão em dividendos aos acionistas da Copasa no ano passado em detrimento de cobertura completa de saneamento básico na capital.
Ainda sobre recursos hídricos, o “BH do futuro” projeta o aproveitamento dos cursos d’água da cidade para atividades recreativas por meio da despoluição de pontos como a Lagoa da Pampulha; Cachoeira do Onça, no bairro Ribeiro de Abreu; e Parque Acaba Mundo;
No eixo “2 milhões de árvores”, o projeto sugere quadruplicar o número de exemplares da capital e cita estudo da UFMG para apontar a necessidade de atender a cidade de forma equilibrada, já que bairros mais pobres sofrem com deficiência de cobertura verde. Segundo ONGs, uma rua arborizada pode ser até 8ºC mais fria do que uma rua sem vegetação.
O transporte público está incluído no plano com o eixo “Busão 0800”. O grupo destaca que mais de uma centena de cidades brasileiras já têm tarifa zero e Belo Horizonte pode ser a primeira capital do país a disponibilizar ônibus gratuitamente. Uma das ideias para financiar a medida é substituir o vale-transporte por uma nova taxa paga pelos empregadores, com base no número de empregados.
O quarto destaque do projeto é a proteção da Serra do Curral. As propostas incluem o encerramento imediato de todas as atividades de mineração no cartão postal da cidade e sugerem a criação de um parque público nos moldes do Parque das Mangabeiras para evitar que novas empresas se instalem no local.
No eixo “Ninguém sem casa” é discutida a situação da capital mineira, que hoje conta com 340 moradores de rua para cada 100 mil habitantes da cidade. Além de sugerir tratar o tema como problema de saúde pública, “BH do futuro” propõe parceria com o governo federal para políticas habitacionais e transformação de imóveis abandonados no Centro de BH em habitação social.
Por fim, o projeto sugere a criação de uma rede cicloviária para conectar toda a cidade. A ideia é criar mais 400 quilômetros de faixas exclusivas para bicicletas que liguem diversos pontos da capital e sirvam como linhas alimentadoras de ônibus e estações de metrô.
Serviço
Lançamento da Campanha BH do Futuro
Dia: 11/09
Horário: a partir das 19h
Local: 2 Black Beer – Em frente à pista de skate Viaduto Santa Tereza
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