“Onde tiver obra para inaugurar, Lula fará u…

Desde que foi eleito para o terceiro mandato, Lula colocar em prática uma estratégia para tentar se aproximar de governadores não aliados. O plano do presidente prevê inaugurar o maior número possível de obras em todos esses estados – percurso que já incluiu Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Aliados do presidente ouvidos por VEJA dizem que essas visitas são definidas com base em cronograma de trabalho elencado pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA).

“O tamanho da obra não é levado em consideração. O que se leva em conta é a oportunidade de inauguração da obra. Onde houver obras para inaugurar, o presidente estará presente”, afirma André Ceciliano, que foi secretário especial de assuntos federativos no governo Lula até junho deste ano.

Desgaste da imagem

No início do mês, o presidente foi a Santa Catarina pela primeira vez desde que assumiu o cargo, em janeiro do ano passado. O Estado, comandado pelo governador Jorginho Mello (PL), um dos primeiros aliados de Jair Bolsonaro. Lá, Lula inaugurou uma obra rodoviária em Florianópolis e aproveitou para alfinetar o governador, que decidiu não comparecer à cerimônia.

Ao falar, o presidente disse que gosta de “trabalhar, não de andar de moto” e que Mello seria tratado com respeito se estivesse no evento. “Infelizmente tem gente que pensa pequeno, tem gente que age pequeno e não vê as necessidades do povo brasileiro”, disse Lula.

O governador rebateu a sugestão. Afirmou que “não precisa de plataforma nem de banner” para inaugurar “um projeto privado que estava adiado há 12 anos”. Em outra dessas cerimônias, realizada em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes compareceu, mas foi vaiado por um petista após a cerimônia de entrega da casa.

Segundo Sidônio Palmeira, marqueteiro e assessor de Lula, os governadores assumem o desgaste e os danos à sua imagem pelo não comparecimento às cerimônias. “Se tem um trabalho que interessa ao povo daquele estado e o governador simplesmente não comparece por motivos políticos, o efeito negativo na imagem daquele governador é maior, não só pela grosseria da atitude, mas porque ele falhou em fazer algo importante por uma razão puramente ideológica.”

Na lista de futuras incursões do presidente está Goiás, governado por Ronaldo Caiado (União Brasil), possível adversário do PT nas eleições presidenciais de 2026.