BRASÍLIA DF – O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (17/6) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está comprometido com o arcabouço fiscal e acabou com o que chama de “gastos” herdados . pelo governo anterior de Jair Bolsonaro (PL).
A declaração ocorre após o mercado intensificar a pressão para que o governo corte gastos, dada a crescente desconfiança dos investidores no compromisso de Lula com o equilíbrio das contas públicas.
“O governo fechou várias torneiras criadas pelo governo anterior, de ajudas criadas de forma irresponsável, de fazer fraudes nessas ajudas. Então esse espírito de acabar com os ‘gastos’ feitos pelo governo anterior e buscar sempre a qualidade e eficácia dos os gastos com investimentos estão permanentemente no governo”, disse Padilha aos jornalistas no Palácio do Planalto.
Apesar do discurso de austeridade fiscal, o governo Bolsonaro acelerou os gastos públicos em seu último ano de mandato com a criação de auxílios e benefícios sociais, em busca da reeleição.
Com apoio do Congresso, Bolsonaro também adiou o pagamento de precatórios, o que gerou uma bola de neve para seu sucessor.
Muitas despesas ficaram de fora do Orçamento do primeiro ano do governo Lula, o que levou à negociação da chamada PEC da Transição, que aumentou o espaço de despesas permanentes em R$ 168 bilhões.
“Em nenhum momento (o governo está pensando em mudar o quadro fiscal)”, disse Padilha. “Estamos comprometidos com o quadro fiscal criado. Reafirmamos o esforço para atingir as metas ousadas que estabelecemos, sendo fundamental perseguir metas ousadas e mais uma vez provaremos que o governo liderado pelo presidente Lula é o que melhor combina responsabilidade social e imposto de responsabilidade”, acrescentou.,
O titular da pasta de articulação política conversou após reunião com o presidente, líderes do Congresso e o ministro Fernando Haddad (PT).
Na sequência, Lula faz rara aparição em reunião da Diretoria de Execução Orçamentária (JEO), com Haddad, Esther Dweck (Gestão), Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento). Esta é a quarta vez, desde o início do mandato, que participa na reunião ministerial que define a orientação orçamental do governo.
O risco de mudança nas regras do marco fiscal para acomodar o crescimento das despesas obrigatórias entrou no radar após a reunião de Haddad com instituições financeiras no dia 7 de junho.
Após a reunião, começaram a circular rumores sobre uma possível mudança no quadro fiscal, o que levou à valorização do dólar devido aos temores sobre a situação fiscal do Brasil e ao enfraquecimento do Ministro da Fazenda.
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