O ‘exemplo petista’ no discurso de Caiado para ten…

O ‘exemplo petista’ no discurso de Caiado para ten…



Pré-candidato à Presidência da República em 2026, o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) pretende usar “exemplos do PT” para fundamentar os futuros apelos que deverá apresentar ao Justiça Eleitoral na tentativa de reverter a recente sentença que lhe foi imposta inelegibilidade por um período de oito anos.

Caiado foi declarado inelegível e eleito prefeito de Goiânia Sandro Mabel tiveram o registro cassado após a juíza Maria Umbelina Zorzetti considerar que ambos cometeram crime eleitoral ao utilizarem o Palácio das Esmeraldas, residência oficial do chefe do Executivo estadual, para ato político de apoio à candidatura de Mabel.

Entre os argumentos a serem apresentados ao Tribunal Regional Eleitoral, Caiado deve alegar que o presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff já utilizaram a residência oficial para atividades eleitorais e não foram penalizados com inelegibilidade por isso.

No caso do petista, a ideia é alegar que em outubro Lula recebeu no Palácio da Alvorada o então candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), gravou vídeos em que pedia voto para seu aliado e não foi punido pela Justiça Eleitoral por esse motivo. .

Diferentemente do governador, porém, o discurso de Lula a favor de Boulos não reuniu outros políticos ao mesmo tempo, minimizando a possibilidade de ser classificado como ato de campanha. A legislação proíbe a utilização de prédios públicos em campanhas eleitorais, mas autoriza, no caso de residências oficiais como a Alvorada, a realização de “contatos, reuniões e encontros relativos exclusivamente à sua campanha, desde que não tenham caráter de um ato público”.

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O problema, neste caso, é que a reserva vale para a residência oficial do candidato e, como sabemos, Lula não concorreu a nada em 2024. A mesma alegação já havia sido apresentada por Caiado em primeira instância, mas como ele também não era candidato, mas padrinho político de Sandro Mabel, o argumento não funcionou.

A juíza Maria Umbelina Zorzetti considerou que Caiado deu instruções sobre como os políticos deveriam se dirigir aos eleitores para pedir votos para o aspirante a prefeito e concluiu que usar bens públicos como o palácio do governo para beneficiar um candidato afeta a igualdade de chances dos políticos concorrerem ao cargo. a eleição e constitui abuso de poder.

“A grandiosidade do prédio, a grandiosidade dos salões, a presença da força de segurança e, sobretudo, a presença do Governador do Estado cria uma vantagem psicológica para o candidato apoiado pelo Governador do Estado, privilégio que não foi oferecido ao seu adversário. O investigado Ronaldo não está impedido de apoiar candidatos eleitorais, mas só pode dar o seu apoio como político.

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Quando ele abre as portas do Palácio das Esmeraldas para pedir apoio a determinado candidato, ele está ali criando confusão entre o público e o privado, o que acaba passando a mensagem de que seu candidato tem o apoio do Governo do Estado, do Estado máquina”, escreveu o juiz.

Outra linha de defesa do governador pretende argumentar que, durante sua campanha à reeleição em 2014, Dilma Rousseff utilizou o Palácio da Alvorada para atos políticos, como dar entrevistas como candidata e reunir aliados para discutir estratégias de campanha, e não foi penalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na verdade, após a derrota na disputa presidencial, o PSDB recorreu ao TSE alegando abuso de poder por parte de Dilma através do uso da residência oficial, mas o processo acabou ganhando uma nova dimensão com a inclusão de delações premiadas de empreiteiras saqueadas em A Operação Lava-Jato e que virou referência para os atos políticos no Alvorada é o menor dos problemas do petista.

Candidata à época, ela hoje se enquadraria na reserva do Tribunal de que a residência oficial pode ser utilizada quando for o local de residência do candidato a cargo eletivo. Em 2017, por quatro votos a três, o TSE descartou as provas colhidas no escândalo do petrolão, disse que não houve abuso de poder político e econômico na campanha e exonerou Dilma da inelegibilidade.



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