O dilema do PT: a promessa de renovação e o poder…

As provocações feitas pela oposição sobre se Lula poderá concorrer à reeleição em 2026 lançar luz sobre um problema antigo vivido por PT. O presidente é o maior dirigente do partido desde 1980, concentra as principais decisões do partido e não deixa espaço para ninguém ocupar o seu lugar.

Internamente, petistas avaliam que a postura do presidente, classificada como “soberana” e “centralizadora”, pode custar caro no futuro. Recentemente, Lula disse que só concorrerá novamente à Presidência da República se não houver outra alternativa capaz de derrotar o “fascismo”. “Mas espero que até lá encontremos uma pessoa mais competente, mais jovem, mais disposta”, disse Lula, cuja reputação dentro da sigla é a de sufocar o surgimento de novos líderes. Esta foi uma das poucas vezes em que o presidente manifestou publicamente uma inflexão sobre o seu projeto político.

Velhas ideias e projetos retrógrados

De forma geral, o petista faz questão de dizer que se se sente “como um menino”, garante que é movido por uma causa maior que impede seu envelhecimento e nega sentir qualquer tipo de cansaço. “Quem acha que o Lulinha está cansado, pergunte à Janja”, disse noutra ocasião, depois de ser questionado sobre as comparações que têm sido feitas pela oposição entre ele e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Em 2026, Lula completará 81 anos, mesma idade do atual presidente americano, que anunciou que não concorrerá à reeleição. Ele foi pressionado por apoiadores a abandonar o projeto após seu fraco desempenho no debate contra Donald Trump.

Para o professor de História Política da Unesp, Alberto Aggio, não há paralelo no Brasil com o que aconteceu nos Estados Unidos. Aqui o debate é diferente. “O problema de Lula é que suas ideias são antigas e suas estratégias também. Ele não ajudou na renovação do PT e esse é um problema difícil de superar”, afirma.