Lula e Donald Trump têm em comum o fascínio pelo som da própria voz ao falarem de si mesmos. Foi o que mais fizeram nesta segunda-feira (20/1).
No isolamento da Granja do Torto, residência de campo da presidência nos arredores de Brasília, Lula se reuniu com 43 pessoas (38 ministros, presidentes de estatais e líderes do Congresso). “Somos um grupo de pessoas com formações políticas diferentes, de origens diferentes”, definiu Lula no início do encontro, que a oposição chamou de “Concílio do Torto” devido ao grande número de participantes. “Temos uma coisa em comum”, acrescentou, “que é a causa da recuperação deste país”.
Quase oito horas depois, chegou-se a um consenso: o governo Lula é muito melhor do que a percepção do povo declarada nas pesquisas, tudo o que ele diz é verdade, mas só se publicam mentiras na internet e na imprensa.
Foi um dia de mudança de governo dos Estados Unidos, país mais decisivo no mapa das relações internacionais do Brasil. “Há quem diga que a eleição de Trump pode causar problemas na democracia global”, disse Lula diante das câmeras de televisão, no início do encontro. “Trump foi eleito para governar os EUA e eu, como presidente do Brasil, espero que ele faça uma gestão proveitosa, para que o povo brasileiro e o povo americano melhorem e que os americanos continuem a ser um parceiro histórico do Brasil. ”
A 7 mil quilômetros ao norte de Brasília, em Washington, Trump exultou: “Muitas pessoas pensaram que era impossível para mim ser o protagonista de um retorno político tão histórico, mas, como vocês podem ver hoje, aqui estou”.
Lula foi um dos que consideraram o retorno de Trump à Casa Branca impensável ou insuportável. Há oitenta dias, quando faltavam menos de 100 horas para as eleições americanas, ele decidiu tornar pública a sua aposta eleitoral na candidata democrata Kamala Harris, vice-presidente de Joe Biden.
“É muito mais seguro para nós fortalecer a democracia”, argumentou, em entrevista a uma estação de televisão francesa. “Vimos o que o presidente Trump era […]aquele ataque ao Capitólio. Algo que era impensável acontecer nos EUA, porque se apresentavam ao mundo como um modelo de democracia. E esse modelo entrou em colapso.”
Ele acrescentou: “Temos mentiras destiladas todos os dias. Não apenas nos Estados Unidos, mas na Europa, na América Latina, em vários países do mundo. É o nazismo e o fascismo trabalhando novamente com uma cara diferente. E, como sou um amante da democracia, acho que a democracia é a coisa mais sagrada que podemos construir para governar bem os nossos países, eu, obviamente, torço para que Kamala ganhe as eleições”.
Os eleitores americanos discordaram e concederam ao republicano uma vitória indiscutível numa campanha marcada por tentativa de homicídio (a bala atingiu-lhe a orelha). No seu discurso de tomada de posse, Trump recordou, num momento de auto-encantamento: “Senti, e acredito ainda mais agora, que a minha vida foi salva por uma razão. Deus me salvou para tornar a América grande novamente.” E prometeu ao povo uma “era de ouro” – financiada de múltiplas formas por velhos aliados, como o Brasil, e pelo novo adversário global, a China.
Lula achou prudente não fazer de Trump o tema do encontro em Brasília: “Da nossa parte não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia e nem com a Rússia…” Ao interromper a conversa, ele deixou claro o que, talvez, pretendia esconder: ele ainda não sabe e o governo ainda não sabe. Não tenho uma estratégia para lidar com o “advento” Trump.
Já era noite em Washington, quando a repórter Raquel Krähenbühl perguntou ao novo presidente se ele falaria com Lula e como seria a relação dos EUA com o Brasil e a América Latina. “A relação é excelente”, respondeu ele ao assinar decretos na Casa Branca. “Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Nós não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós.”
Trump e Lula estão em rota de colisão. Talvez eles até se encontrem e se entendam algum dia. A dificuldade será encontrar um espaço adequado ao tamanho dos seus respectivos egos.
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