Nem Tombini, nem Meirelles | VEJA

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Gabriel Galípolo não é Alexandre Tombini, presidente da Banco Central dos governos Dilma Rousseff que, para o mercado financeiro, tornou-se sinônimo de intervenção presidencial nas decisões de política monetária.

Na noite de quinta-feira, favorito para ser indicado por Lula como futuro presidente do Banco Central, Galípolo fez a primeira avaliação pública da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 31 de julho, que abriu a possibilidade de um novo ciclo de ascensão taxas de juros. Em evento promovido pela Confederação Brasileira de Cooperativas de Crédito, Galípolo destacou que a projeção do IPCA até o primeiro trimestre de 2026, de 3,2%, é tratada pelo Copom como um desvio da meta de 3%. Ninguém sabia até agora se o BC tratava a diferença entre 3 e 3,2% como fator decisivo.

“O comitê é responsável por estabelecer a taxa de juros em um nível suficientemente restritivo, pelo tempo que for necessário, para perseguir e atingir a meta. Não há espaço para questionamentos sobre isso.”

Ele reforçou que na reunião de 31 de julho o Copom reconheceu por unanimidade por escrito em ata a hipótese de aumento dos juros em setembro e nas reuniões subsequentes, embora a comunicação não indicasse antecipadamente se isso se confirmaria.

Galípolo foi claro ao dizer que o equilíbrio de riscos para a inflação é assimétrico, ou seja, os riscos ascendentes para a inflação superam os riscos descendentes:

“É assimétrico não só porque temos mais itens de risco para inflação alta, três (fatores altos) contra dois itens de risco baixo, mas também por tudo que foi comunicado pelos membros do Copom e tudo que foi feito pelo Copom”, ele disse, citando preocupações com o mercado de trabalho apertado e o cenário externo incerto.

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Para quem segue a política monetária apenas como um jogo de intriga política, as declarações foram uma surpresa. Segundo esta versão infantil, Galípolo seria um “novo Tombini”, um fantoche para obedecer aos desejos do Palácio do Planalto. É preciso certa polarização para não assumir que Galípolo sabe que a gestão de Tombini deu errado.

Questionado diretamente no evento sobre a impressão de que diretores indicados por Lula (inclusive ele) estão proibidos de votar por juros maiores, Galípolo foi humilde:

“Qualquer tipo de dúvida é absolutamente legítima e cabe a nós, os novos dirigentes, ganhar credibilidade na sociedade. (…) Não faz muito sentido imaginar que você vai passar quatro anos sem poder fazer algo nesse sentido. Fica muito claro, ao constar ‘unanimemente’ na ata, que todos os dirigentes estão dispostos a fazer o que for necessário para perseguir o objetivo”.

Parece que foi há um século, mas há apenas três meses o Copom ainda cortava os juros, com os cinco diretores indicados por Bolsonaro defendendo a redução da taxa de cortes para 0,25 ponto percentual, enquanto os quatro indicados por Lula queriam 0,5 p.p.

A divisão politizou o debate e ajudou a desencorajar as expectativas económicas. Nas reuniões de junho e julho, os dirigentes de Bolsonaro e Lula decidiram por unanimidade estabilizar a alíquota em 10,5%. Agora, Galípolo é o primeiro diretor a falar publicamente sobre a possibilidade de demissão.

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A reação do mercado ao discurso de Galípolo foi exultante: o dólar fechou a R$ 5,51, menor preço desde 17 de julho. O índice da Bolsa de Valores de São Paulo atingiu 130 mil pontos, o maior nível desde 27 de fevereiro.

O choque de realismo de entender (finalmente!) que Galípolo será indicado por Lula como presidente do Banco Central mesmo que vote pela elevação dos juros em setembro e novembro, não implica cair no lado oposto.

Como presidente do BC, Galípolo não será Tombini, mas _para comparar os governos petistas_ não será Henrique Meirelles, o líder do BC nos dois governos Lula que aumentou e reduziu os juros sem se importar com Lula.

No evento, Galípolo defendeu a liberdade de Lula opinar sobre a política monetária e destacou a preocupação do presidente em controlar a inflação, tanto que manteve a meta de inflação em 3%, índice que só foi alcançado uma vez nos últimos 24 anos . “E o que foi feito nos últimos meses foi renovar, através do decreto da meta de inflação, a meta de 3%, modernizando a política monetária, trazendo-nos às melhores práticas com a mudança do ano civil para uma meta contínua, e mantendo essa meta de 3% para os próximos 36 meses. A mensagem é clara”, disse ele.

Mais cauteloso que Campos Neto nas intervenções públicas, Galípolo criticou a comunicação do BC. “Que pelo menos o Banco Central não seja uma fonte adicional de volatilidade e que o mercado, os agentes e a sociedade possam entender o que o Banco Central está vendo e tentar que o Banco Central não seja uma fonte de surpresa a partir desta reação com os dados que está chegando.”

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Em português, a declaração significa uma preocupação em dar sinais mais antecipados sobre as suas ações. O alvo neste caso foi a mudança que Campos Neto fez antes do Copom que dividiu os dirigentes em maio, sem ter conversa prévia. Outra provável mudança na gestão futura será incentivar os dirigentes do BC a ouvirem as entidades empresariais e sindicais e não apenas o mercado financeiro. Nesta segunda-feira, por exemplo, o BC divulga o piloto da Pesquisa Firmus, que capta a percepção das empresas não financeiras sobre a situação de seus negócios e as variáveis ​​econômicas que podem influenciar suas decisões.



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