Ministro Dino tem atuação de almanaque no bloqueio…

Ministro Dino tem atuação de almanaque no bloqueio…



Quando amanheceu a última quarta-feira, nasceu de fato o 1º dia de 2025. Ano novo, amanhecer de novos tempos… Mas, apesar dos fogos de artifício, das festas, dos brindes, das multidões nas ruas, dos pedidos de todos os santos, da mística da virada, dos desejos e das esperanças, o jogo continua ; e continua com muitos golpes da cintura para baixo.

Crises e emergências ignoram solenemente a chegada do “novo” ano. As guerras continuam, o meio ambiente continua ameaçado e a segurança pública no Brasil (especialmente no Rio de Janeiro) continua a ser um problema insolúvel. Afinal, como canta a banda de rock irlandesa U2, “nada muda no dia de Ano Novo”.

Outro tema que influenciou fortemente as vibrações do novo período é o cabo de guerra entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, pela liberação de emendas orçamentárias. O ministro Flávio Dinodo STF, segue firme – desde agosto passado – bloqueando bilhões de reais que seriam gastos sem regras rígidas de controle e transparência.

É interessante que a imprensa vem cobrindo esse embate com muita atenção e espaço, mas a sociedade, como um todo, não parece estar tão interessada no caso, pelo menos da mesma forma que se interessou por escândalos como o Mensalão e Petrolão.

Parece que a preocupação com o dinheiro público e a indignação só surgem depois que a casa foi arrombada, depois do desfalque, quando aparecem depósitos em contas em paraísos fiscais, e depois que a Polícia Federal sai com seus veículos dourados prendendo fraudadores e destinatários do dinheiro desviado . .

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O ministro Flávio Dino está avançando e fazendo exatamente o que prega a cartilha da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que sugere que os países adotem processos com transparência e rastreabilidade no trato com recursos públicos.

O problema da corrupção e da apropriação indébita de recursos governamentais não é enfrentado apenas pela repressão policial e pelas operações repressivas do tipo Lava Jato. Na realidade, há muito a fazer preventivamente nesta área. Nem tudo é “luta” no combate ao crime, especialmente aos crimes de colarinho branco. Leis e regras claras, anti-crime desde a concepção, identificação dos responsáveis ​​e destinatários, bem como processos rastreáveis, são uma forma de matar o problema na origem, para impedir a incubação do ovo da cobra.

Criadas em 2019 pelo Congresso, durante o governo Bolsonaro, essas emendas do Pix cresceram exponencialmente nos últimos quatro anos. Só em 2024 já foram liberados 7,7 bilhões de reais.

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Não temos dúvidas de que já estão ocorrendo desvios gigantescos. Afinal, os personagens são praticamente os mesmos do Mensalão e do Petrolão, ou seja, nossos políticos, deputados e senadores. O que nos autorizaria, em sã consciência, a acreditar que estes números astronómicos estão a ser bem utilizados?

O orçamento secreto é mais um produto (invenção) da criminalidade institucionalizada que domina parte da política brasileira, que existe para seu próprio enriquecimento e manutenção de suas bases e posições no poder, isso é tudo e nada mais. Estas são as forças do atraso.

E todo esse derramamento de sangue acontecendo em um país que precisa de tantos projetos importantes – e caros – para atender às suas necessidades mais urgentes…

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Para piorar a situação, após o colapso da Operação Lava-Jato, vivemos numa época em que ninguém mais acredita em punição para políticos corruptos. É hora de trapaças.

Por fim, falando em Lava-Jato, onde estão os líderes do combate à corrupção que não aplaudem e não apoiam a iniciativa do ministro Flávio Dino?



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