O pintor Waltensir Alves da Silva, 49 anos, diz que não pôde votar nas eleições municipais de domingo (6) porque estava de ressaca. Ele não imaginava, porém, que a ausência seria decisiva na disputa pela prefeitura da cidade de Inhaúma, na região central de Minas Gerais.
O município, que tem pouco mais de 6 mil habitantes, foi o único no Brasil que terminou empatado – os dois candidatos que concorreram a prefeito, Zula (Republicanos) e Carlinhos (Solidariedade), receberam 2.434 votos cada. O primeiro conseguiu o emprego porque era mais velho.
Cidades com menos de 200 mil eleitores não têm segundo turno e, por lei, o critério de idade é utilizado em caso de empate. Na contagem dos votos, outra coincidência chamou a atenção: os adversários fazem aniversário no mesmo dia, 7 de agosto. Mas Max de Oliveira, o Zula, 62, nasceu 16 anos antes de Carlinhos, 46.
“Eu estava arrependido [de não ter votado]. Muitas pessoas dizem que votar não faz diferença. Eu vi que sim”, diz Silva, que teria escolhido o candidato derrotado caso tivesse comparecido às urnas. Aliás, desde o dia da votação, ele diz que foi chamado de traidor por conhecidos de sua cidade natal. .
Além dos 50% de votos válidos para cada candidato, Inhaúma também registrou 92 votos inválidos (1,83%) e 71 votos em branco (1,41%). O total de abstenções foi de 749, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A cidade mineira está acostumada a disputas acirradas. Em 2020, Zula perdeu a eleição para Juninho (PSD), que posteriormente teve o mandato cassado, por uma diferença de apenas 186 votos. Nunca, porém, uma votação foi tão acirrada.
Os eleitores ficaram divididos e engajados entre o amarelo, de Zula, e o laranja, de Carlinhos. O comerciante Eduardo Costa, que tem uma loja no centro de Inhaúma, encomendou roupas e peças com as cores dos políticos. Diz que as vendas aumentaram de 40% a 50% durante a campanha.
Após a disputa, o prefeito eleito disse que o momento é de união. Nos próximos dias, diz, pretende conversar com o adversário na corrida eleitoral para ouvir propostas.
“Nunca tinha pensado nessa possibilidade. [de empate]”, disse Zula, que descreveu a eleição como tensa. “Foi doloroso para ambos os lados. Houve momentos em que o nosso povo pensou que a eleição era nossa. Em outros, o seu povo pensava que era deles. Ambos os lados vibraram.”
Zula foi prefeito de Inhaúma por três mandatos. Desta vez, surpreende-se com o facto do município ter conquistado reconhecimento nacional. Ele diz que espera que a visibilidade ajude a cidade a arrecadar fundos.
Carlinhos, o candidato derrotado, afirma que aceita o resultado da eleição. “Mas eu não perdi [a eleição]. Empatei”, afirma. Iniciante na política, ele enfatiza ter o apoio de 50% dos eleitores e promete concorrer novamente em 2028.
Ao mesmo tempo, critica a lei 4.737, de 1965, que prevê a vitória do político mais velho em caso de empate. “Vou parafrasear com o futebol: o Atlético Mineiro é um clube mais velho que o Cruzeiro. Se o campeonato estiver empatado, o Atlético deve ser campeão?”, questiona. “Existem outros critérios [para desempate] como número de vitórias ou cartões amarelos recebidos. Na política deveria ser a mesma coisa.”
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Inhaúma fica a 90 km de Belo Horizonte e tinha 6.239 habitantes em 2022, segundo o IBGE. Além do município mineiro, outras cidades pequenas foram divididas neste domingo. Em Olho D’Água do Borges (RN), Antonimar Amorim (União Brasil) venceu o adversário Laize Sales (PP), na disputa pela prefeitura, por apenas um voto. Em Nova Olinda do Maranhão, Ary Menezes (PP) assumiu a cadeira após receber dois votos a mais que Thaymara Amorim (PL).
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