16/10/2024 – 20h39
Em audiência na Câmara dos Deputados marcada por confrontos entre apoiadores do governo e oposição nesta quarta-feira (16), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, atualizou as ações de combate aos incêndios florestais que atingiram o país nos últimos meses. A pior seca em 75 anos de medições oficiais no Brasil contribuiu para incêndios em quase todos os estados, com devastação mais severa na Amazônia, Pantanal e Cerrado. Hoje, 80% dos surtos estão sob controle.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Marina Silva foi ouvida na Comissão de Agricultura
Diante do “novo normal” das mudanças climáticas, Marina defendeu recursos públicos mais permanentes e novas medidas de adaptação a eventos extremos.
“Aumentar os orçamentos, aumentar a nossa governação, incluindo a criação de novos paradigmas, como aquele de que falei sobre uma emergência precoce: se declararmos antecipadamente uma emergência climática, podemos estocar cestas básicas, alimentos, combustíveis e medicamentos até três com quatro meses de antecedência”, disse ele. .
Foi necessária uma medida provisória (MP 1258/24) de crédito extraordinário de R$ 514 milhões para combater os incêndios florestais. A seca histórica foi enfrentada a partir da Sala de Situação com representantes de mais de 20 ministérios. O alerta de emergência ambiental foi dado por meio de despacho do governo federal em fevereiro; no entanto, o ministro disse que alguns estados só assinaram decretos proibindo o uso do fogo quando os incêndios se tornaram mais intensos. Foram contratados três mil brigadistas para reforçar as equipes do Ibama e do ICMBio. Segundo Marina, o cenário seria mais grave se o governo Lula não tivesse retomado as ações de combate ao desmatamento que foram interrompidas no governo anterior, como o Fundo Amazônia e os planos de ação para prevenir e controlar o desmatamento.
“Se não tivéssemos essa redução do desmatamento, a situação poderia ser incomparavelmente pior, porque um dos vetores é o fogo por derrubada. E então temos um fenômeno novo: agora temos algo em torno de 32% de incêndios florestais.”
Governança
Entre as apostas do ministro para melhorar a governação face aos eventos extremos estão o Plano Clima, com diversas medidas de adaptação e mitigação das alterações climáticas; a nova meta de redução das emissões de gases de efeito estufa (NDC), que será anunciada até o final do ano; e a elaboração de uma Estratégia Nacional de Combate a Eventos Extremos, com previsão de Conselho Nacional de Segurança Climática e Comitê Técnico-Científico.
Ela também citou o programa nacional que prevê a restauração de 12 milhões de hectares de áreas degradadas até 2030.
Incêndios criminosos
Marina Silva lembrou que uma força-tarefa liderada pela Polícia Federal abriu 111 novas investigações sobre suspeitas de incêndios intencionais e o governo prepara um projeto de lei para endurecer as penas neste caso.
“Mais de 26 pessoas já foram presas por atearem incêndios de forma criminosa. E as investigações continuam. O esforço tem que ser aumentado, mas obviamente não podemos dizer: ‘queime e o governo federal vai apagar’. Não!” ele enfatizou.
A audição da Ministra do Ambiente realizou-se na Comissão da Agricultura, onde enfrentou fortes críticas da oposição. A deputada Julia Zanatta (PL-SC) apontou “incompetência” na gestão e criticou o papel das ONGs no governo. Ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, o deputado Ricardo Salles (Novo-SP) relembrou as críticas que enfrentou na época, vindas do que chamou de “xiitas”.
“Muitas das dificuldades que vocês estão enfrentando, eu passei durante meu tempo no ministério. Por preconceito ideológico, secretarias estaduais e órgãos federais não permitiram, por exemplo, que queimadas prescritas ou controladas fossem realizadas no momento certo. E os xiitas que ocupam estes corpos por vezes recusam-se a fazê-lo. E aí, temos uma discussão dogmática, que não respeita nem o Código Florestal”, disse.
Conflitos
Entre os muitos embates em mais de três horas de audiência, a ministra Marina Silva rebateu comentários do presidente da Comissão de Agricultura, deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), um dos organizadores do encontro.
“Quero repudiar a forma de vitimização com que este ministro mais uma vez se comporta aqui. Parabéns tem que ir para quem treinou ela e até essa formação para ter essa postura”, afirmou a deputada. Ele reclamou que a ministra não respondeu aos questionamentos da ministra e que ela “traz aqui a retórica da militância”.
Em defesa do ministro, o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), disse que a oposição deveria “examinar a sua consciência” diante dos projetos que defende no Congresso, que, segundo ele, só piorará a crise climática.
“Que a justiça condene e esclareça quem está por trás dos incêndios criminosos, porque quem sofre com isso, em especial, são os mais pobres e os agricultores familiares. Aqueles que trabalham aqui [no Congresso] aprovar mudanças no APP, mudar a Lei de Barragens – e grande parte dessa oposição está trabalhando para isso – não estão contribuindo para o próprio agronegócio, que já sofre as consequências das mudanças climáticas”, destacou Tatto.
Durante a audiência, Marina Silva também refutou argumentos da oposição que a colocam como “inimiga do agronegócio”. Ela disse que lutou por um meio ambiente equilibrado, que também é fundamental para a produção agrícola.
Relatório – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
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