FOLHAPRESS – O influenciador Pablo Marçal (PRTB) disse neste sábado (5/10) que apenas recebeu e depois postou uma denúncia falsa para tentar associar o também candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas.
“Recebi e publiquei”, disse Marçal sobre a falsa reportagem. “Não fui eu quem deu o relatório, apenas o publiquei”, disse ele.
Em relação aos indícios de fraude apontados por duas filhas do médico que assinou o laudo, José Roberto de Souza, ele mais uma vez se eximiu de responsabilidade pela veracidade do documento. “Eu, Pablo, postei na minha rede social. Não tenho ligação com a reportagem. Você pode perguntar ao Tassio Renan, que é meu advogado, e verificar.”
Uma série de evidências colhidas nas horas seguintes à publicação mostram que o prontuário apresentado foi falsificado. Boulos, conforme antecipou a coluna Mônica Bergamo, da Folha, pediu à Justiça a prisão do influenciador por falsificação de documento.
Segundo o documento falso atribuído à clínica Mais Consulta, Boulos teria sido atendido em janeiro de 2021 na unidade Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, por episódio psicótico. Ainda segundo o laudo falsificado, o companheiro do agora candidato do PSOL teria feito exame toxicológico que indicaria presença de cocaína no sangue do atual deputado.
Na manhã deste sábado, o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, qualificou a reportagem de falsa e concedeu liminar determinando a exclusão imediata de vídeos publicados nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube que fizessem referência a um documento.
“Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação]envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do proprietário da clínica onde o documento foi gerado com o réu Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional falecido e a data em que tais fatos foram divulgados, justamente no um dia antes do evento”, afirmou o juiz.
Marçal prometeu ao longo da campanha expor um processo judicial e a internação de Boulos por uso de cocaína. Conforme revelou a Folha, o influenciador se baseou no processo de um homônimo para acusar o deputado.
Na sequência, o próprio parlamentar afirmou em debate Folha/UOL que a internação citada pelo rival no Hospital do Servidor foi motivada por um episódio de depressão quando ele era jovem.
Com a acusação rejeitada, o influenciador recorreu da denúncia falsa. A falsificação representa o ponto mais grave da estratégia adotada pelo autoproclamado ex-técnico na campanha: viralizar por meio de falsas acusações, discursos agressivos e polêmicos para se tornar mais conhecido entre os eleitores.
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