Fontes próximas ao Palácio do Planalto disseram que o presidente Lula não ficou surpreso com a notícia da acusaçãonesta quinta-feira, 21, de Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas suspeitas de tramar golpe de Estado.
Até o início da noite, o presidente não havia comentado publicamente a medida. Mais cedo, durante evento, ele havia comentado a operação deflagrada dois dias antes pela Polícia Federal, que revelou um plano de radicais bolsonaristas para matá-lo, junto com o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Lula disse que tem que agradecer “por estar vivo”. “Sou um cara pelo qual tenho que agradecer agora, muito mais, porque estou vivo”, disse ele.
Lula também defendeu a “civilidade” na política. “Quando disputamos as eleições, eu disse que um dos meus desejos era levar o Brasil à normalidade, à civilidade democrática, em que façamos as coisas com a maior tranquilidade possível. De forma civilizada você perde e ganha”, afirmou.
“Não quero envenenar ninguém. Eu nem quero perseguir ninguém. Só quero que, quando terminar o meu mandato, desmoralizemos quem governou antes de nós”, continuou Lula.
No palácio
Sobre a notícia do indiciamento, o gabinete do presidente não informou como recebeu a notícia. Lula estava no Palácio do Planalto quando a PF divulgou a informação, em nota oficial.
Outros membros do governo se manifestaram. O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse ter recebido a informação do inquérito com perplexidade e indignação. “Criminoso”, disse Pimenta, que defendeu a prisão de Jair Bolsonaro.
Para o ministro, o ex-presidente esteve no topo da cadeia de comando na tentativa de golpe. “Vemos com absoluta perplexidade e indignação as informações que foram reveladas pela investigação, onde encontramos o próprio ex-Presidente da República no topo da cadeia de comando da organização criminosa. Generais, coronéis, servidores do governo federal, que fizeram parte do núcleo da campanha e do governo Bolsonaro, conspirando contra a democracia, com uma audácia quase inacreditável”, declarou em vídeo.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou nas redes sociais que Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, vice-presidente na chapa derrotada em 2022, “sabia do plano” de matar o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. “Espero que os tribunais os punam exemplarmente”, argumentou.
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