Lula diz que não terceiriza responsabilidade sobre incêndios florestais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tem o compromisso de lutar contra quem lucra com a degradação ambiental, mas que não terceiriza a responsabilidade pelo combate aos incêndios florestais. Disse ainda que “2024 está no bom caminho para ser o ano mais quente da história moderna”, enfatizando a gravidade da crise climática e destacando os desastres naturais que já estão a impactar várias regiões do mundo.

As declarações foram feitas no discurso de abertura do 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU)em Nova York, nos Estados Unidos, na manhã desta terça-feira (24/9).

“O negacionismo sucumbe às evidências do aquecimento global”, declarou Lula, mencionando furacões no Caribe, tufões na Ásia e secas na África. Ele também citou as recentes enchentes no sul do Brasil, que foram as maiores desde 1941, e a “pior seca em 45 anos” que a Amazônia enfrenta, sublinhando a urgência climática.

No entanto, o presidente ressaltou que seu governo não “terceirizará responsabilidades” e que está empenhado no combate aos crimes ambientais. Ele destacou a redução do desmatamento na Amazônia em 50% no último ano, afirmando: “Erradicaremos o desmatamento até 2030”.

Lula também insistiu na importância de ouvir “os povos indígenas e as comunidades tradicionais” na busca de soluções para as florestas tropicais: “Não é mais permitido pensar em soluções sem ouvir os povos indígenas, as comunidades tradicionais e todos aqueles que nelas vivem”.

No discurso, o presidente também mencionou o papel do Brasil como líder na transição energética, destacando que “90% da nossa eletricidade vem de fontes renováveis” e reafirmou as expectativas para a COP-30, que o Brasil sediará em 2025.

Segundo ele, a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil será apresentada ainda este ano, alinhada ao objetivo de “limitar o aumento da temperatura do planeta a um grau e meio”. Para ele, o Brasil é um “celeiro de oportunidades” num mundo em mudança, e “o multilateralismo é a única forma de superar a urgência climática”.

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Além disso, Lula afirmou que seu governo está na vanguarda em áreas como a produção de hidrogênio verde e que “é hora de enfrentar o debate sobre a lentidão da descarbonização do planeta”. Ele enfatizou a necessidade de trabalhar para uma economia “menos dependente dos combustíveis fósseis”.

Por fim, Lula reiterou que o Brasil está empenhado em “lutar contra aqueles que lucram com a degradação ambiental” e que seu governo “não abre mão de sua soberania”