22/10/2024 – 12h43
ArquivoCâmara dos Deputados
Lira: “Isso é uma melhoria na dinâmica jurisdicional”
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 21/08, que limita as decisões monocráticas (individuais) dos ministros do Supremo Tribunal Federal ( STF) e de outros tribunais superiores. Segundo Lira, a proposta não visa suprimir a função jurisdicional do STF nem significa uma interferência na autonomia de um Poder.
Em depoimento ao Supremo, Lira afirmou que a proposta não prejudica cláusulas imóveis e respeita a autonomia dos poderes constitucionais.
O presidente encaminhou o documento ao ministro do STF Nunes Marques, que é relator do pedido de suspensão da tramitação da proposta.
As ações para interromper a tramitação da PEC foram apresentadas pelos deputados Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), Paulinho da Força; e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ). Alegam que a proposta é inconstitucional, pois tendem a abolir cláusulas essenciais da Constituição.
“A proposta mantém intactas as garantias de independência e harmonia entre os Poderes, de modo que não se sustentam alegações de violação de cláusulas essenciais”, rebateu o presidente da Câmara.
Aprimoramento
“O objetivo primordial da PEC é racionalizar o exercício das medidas cautelares e das decisões monocráticas, proporcionando maior previsibilidade e transparência à atuação judicial”, afirmou Lira.
“Trata-se, portanto, de um aprimoramento da dinâmica jurisdicional, respeitando os limites constitucionais e preservando a independência funcional do Poder Judiciário.”
Segundo Lira, a PEC 8/21 promove o equilíbrio entre os Poderes sem prejudicar o controle de constitucionalidade do STF.
O presidente afirmou que a medida reforça o princípio da colegialidade, ao garantir que decisões de grande impacto político ou social sejam avaliadas pelo plenário da Corte.
Decisão legítima
“A deliberação do Congresso Nacional deve ser considerada legítima, sem precipitar um controle prematuro de constitucionalidade, uma vez que não há clara ofensa aos incisos fundamentais da Constituição”, insistiu Lira.
“É importante ressaltar que o controle preventivo de constitucionalidade é uma medida excepcional, destinada apenas às situações em que haja clara e indiscutível violação dos preceitos constitucionais”, acrescentou.
Lira defendeu que o Congresso decida sobre a proposta e que o texto siga o processo regulatório no processo legislativo. Segundo o presidente, o respeito pelo procedimento é reflexo do equilíbrio institucional entre poderes e do respeito pelo processo legislativo autónomo e livre de interferências.
Parâmetros para o STF
Arthur Lira afirmou que a proposta estabelece parâmetros para que o STF se manifeste de forma rápida e eficaz sobre temas de grande relevância, sem comprometer a qualidade ou o alcance de suas decisões.
“Ao fixar o prazo de seis meses para julgamento do mérito das decisões cautelares, com inclusão automática em ordem do dia após esse período, a proposta visa combater a perpetuação de decisões provisórias que muitas vezes se arrastam por tempo indeterminado, gerando insegurança jurídica”, argumentou. o presidente da Câmara.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Montagem – Wilson Silveira
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