A vida do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) virou de cabeça para baixo nos primeiros dias de fevereiro de 2023. Convocado para uma reunião de emergência com membros do recém-deposto governo de Lula, o ex-juiz de lava-jato foi informado de que seu nome era parte de uma lista de marcados para morrer da maior facção criminosa do país. Mais do que isso: vezes depois, sabia -se que a rotina da esposa do casal e dois filhos foram monitorados por meses, o plano de capturar o parlamentar já estava em pleno progresso em Curitiba, onde a família vive, e envolveu pelo menos um dúzia de pessoas, armas pesadas e explosivas de detonação remota para seves inimagináveis. As investigações revelaram que os suspeitos estavam ligados ao PCC. Na semana passada, o tribunal federal condenou oito membros da facção a penalidades de até quatorze anos de prisão por participação no planejamento do seqüestro. Mas ainda há um capítulo preocupante descoberto neste caso: em quase dois anos de investigação, não se sabe que, de fato, deu ordens para a execução do crime.
Veja teve acesso ao processo completo – uma calha de mais de 7.000 páginas ainda mantinha confidencial. Nele, estão reunidos documentos que revelam o poder e o nível ousado dos criminosos. Durante as investigações, a polícia descobriu, por exemplo, que outros políticos estavam no radar da facção. No computador de um deles, foram encontradas fotos das casas oficiais da Câmara dos Deputados e do Senado. Em uma das operações de pesquisa, os agentes apreenderam um cartão de memória que continha imagens de uma mulher dirigindo um pajero preto em São Paulo. Pela placa, a polícia identificou o motorista, um advogado, ex-esposa do delegado federal do delegado da Cunha (PP-SP). Segundo a PF, foi possivelmente uma “tentativa de intimidação” – ou, provavelmente, algum tipo de “represália” que seria preparada contra o parlamentar.
Membro da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, o Delegado de Cunha é conhecido por se gabar de redes sociais para enfrentar criminosos de alto calibre, especialmente aqueles ligados ao PCC. Procurada por Veja, o parlamentar não comentou. O vídeo com imagens de sua ex-esposa foi na casa de Janefeson Gomes, o Nefo, o personagem principal do caso, responsável por examinar a vida de Sergio Moro e colocar o plano de captura em ação. Preso durante as investigações, o criminoso permaneceu em silêncio e nunca revelou a origem do plano de matar o senador. Não vai revelar. Em junho do ano passado, ele foi morto para morrer dentro da prisão de Presidente Venceslau, em São Paulo. A polícia até hoje não conseguiu desvendar o motivo da execução. Uma das suspeitas é exatamente que foi uma queima de arquivo. Ou seja, o NEFO teria sido eliminado por ordem do PCC para evitar identificar os diretores do seqüestro do mestre e, eventualmente, outras autoridades.
O seqüestro de autoridades, uma prática que aterrorizou o México e a Colômbia nas décadas de 1980 e 1990, seu principal objetivo é forçar uma troca de prisioneiros. No caso brasileiro, a polícia federal não descartou a hipótese de que a ação contra Moro visaria a libertação de Marcos Camacho, o líder do PCC, preso por quase trinta anos na prisão máxima de segurança de Brasilia. A investigação, no entanto, não avançou. Após a condenação de seus atormentadores, Moro encaminhou um pedido ao tribunal para abrir uma nova pesquisa para tentar identificar quem deu a ordem para seqüestrá -lo. Os documentos e mensagens anexados ao processo forneceram algumas pistas. Em uma conta de email vinculada a uma das investigadas, por exemplo, os agentes encontraram uma nota com instruções que acreditam que era de um traficante de drogas ligado a Marcola.
Autor da sentença que condenou os criminosos, a juíza Sandra Regina Soares foi enfática: “O crime foi cometido contra uma autoridade pública, mas também visava simbolicamente e concretamente alcançar a própria estrutura de poder e governança do Estado. Esse motivo destaca uma gravidade especial de conduta, pois revela a intenção qualificada de atacar não apenas a vítima, mas o funcionamento das instituições democráticas. O episódio realmente não pode cair no esquecimento. Com o aumento do poder de fogo, as facções expandiram seu desempenho para vários mercados, como combustível, e aumentaram o grau de ousadia nas ações, como ficou claro no episódio da tentativa de sequestro de Moro. Ainda há muito a ser elucidado no caso, mas uma coisa é certa: o crime organizado no Brasil mudou de nível.
Postado em Veja de Janeiro 31, 2025, edição nº 2929
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