BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta terça-feira (30), as big techs e disse querer que a inteligência artificial no país gere empregos.
A afirmação foi feita durante a cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília. No evento, Lula recebeu a proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), exigência feita pelo próprio presidente há alguns meses.
O texto será discutido no Palácio do Planalto, antes de ser implementado.
“Lá no fundo, [a inteligência artificial] É a inteligência humana que pode melhorá-lo, nada mais do que termos a capacidade de recolher todos os dados. E temos big techs que fazem isso sem pedir licença, sem pagar impostos. E ele ainda cobra dinheiro e fica rico por publicar algo que não deveria ser divulgado”, afirmou.
“Fico muito assustado quando vejo artigos nos jornais dizendo que a IA pode deixar 16 milhões de pessoas desempregadas. a inteligência artificial tem que ser inteligente, queremos fazer dela uma fonte de emprego neste país. Formar milhões de jovens preparados para isso”, afirmou ainda.
Os discursos que o precederam destacaram a importância dos recursos para ciência e tecnologia, em meio à discussão sobre corte de gastos no setor público para manter o déficit público dentro da meta estabelecida pelo Tesouro.
A ministra Luciana Santos também criticou a taxa Selic do Banco Central, um dos principais alvos de críticas de Lula, ao mencionar a taxa de crédito do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
“Quando detectamos que não temos dinheiro, temos que ir atrás de recursos. Não posso dizer ‘não tem dinheiro’, fico calado, não tem dinheiro, não tem dinheiro’. Procuro procurar dinheiro, tento arranjar dinheiro, tento cavar no orçamento para podermos colocar dinheiro para fazer as coisas que são consideradas essenciais”, afirmou.
O tema da conferência deste ano é “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.
Em março, durante reunião com o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia no Palácio do Planalto, ele pediu que o plano fosse entregue até junho, para que a proposta fosse levada pelo Brasil à Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.
Durante o encontro, Lula relatou que o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, sugeriu que os dois países desenvolvessem um projeto conjunto de inteligência artificial.
“Ele propôs que Brasil e Espanha formassem uma parceria para que pudéssemos criar inteligência artificial na nossa língua, português e espanhol. Para não sermos deixados para trás por outros que já estão à nossa frente. Achei a ideia genial”, disse Lula.
“Faça uma proposta de algo que seja viável, algo que possa ser implementado, algo que o Brasil possa apresentar ao mundo dizendo: ‘Temos uma política de inteligência artificial genuinamente Guarani. Pode ser Yanomami, mas a nossa inteligência”, concluiu o presidente durante um discurso aos conselheiros.
O plano é apresentado na conferência, retomado pela primeira vez em 14 anos. Segundo o governo, serão 50 sessões de debate, com nove pautas simultâneas por turno (manhã e tarde), além de sete sessões plenárias.
A previsão é que o encontro, que teve todas as vagas presenciais esgotadas, receba até 2,2 mil participantes por dia, além de mais de 2 mil virtuais.
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