Indústria de pneus reclama de concorrência com estrangeiras; governo analisa aumentar imposto de importação – Notícias

Indústria de pneus reclama de concorrência com estrangeiras; governo analisa aumentar imposto de importação – Notícias


12/09/2024 – 19:52

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Reunião da Comissão de Estradas e Transportes

A luta entre produtores de borracha e fabricantes nacionais de pneus de um lado e, de outro, caminhoneiros e importadores do produto foi tema de debate na Comissão de Estradas e Transportes da Câmara dos Deputados esta semana.

Segundo dados apresentados na audiência pública, nos últimos quatro anos a participação das importações no mercado de pneus para veículos de carga aumentou de 15% para 47%. Nos veículos de passeio, a participação aumentou ainda mais: de 27% para 62%. Os pneus vêm principalmente da China, Vietnã, Índia e Malásia, com preço inferior aos produzidos no país. Nos últimos dois anos, os preços caíram até 20%.

Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip), o Brasil é o maior pólo produtor de pneus da América Latina e o sétimo do mundo. São 11 empresas e 21 fábricas em sete estados. Os 52 milhões de pneus vendidos arrecadam R$ 5,2 bilhões por ano em impostos e sustentam 32 mil empregos diretos e 500 mil indiretos.

Aumento da taxa
Enquanto os caminhoneiros comemoram o preço mais baixo, representantes da indústria defendem o aumento das tarifas de importação para garantir a competitividade do produto nacional. A Câmara de Comércio Exterior do Governo Federal (Camex) estuda aumentar o imposto de importação do item de 16% para 35%.

O consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gustavo Madi, afirmou que o aumento tarifário aumentaria os preços dos produtos importados em 16,4%. Segundo ele, isso não teria impacto negativo significativo no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação.

“Esse impacto ficaria em torno de 0,03% a 0,05%. Para vocês terem uma ideia: estamos falando de uma projeção de inflação de 3,74%, [e então] seriam 3,79% somando esse impacto”, afirmou.

Para a CNI, a medida geraria efeitos positivos para a economia, contendo a queda na produção nacional de pneus. O aumento da alíquota representaria um aumento de R$ 8,9 bilhões no PIB nacional por ano, mais 105 mil empregos e R$ 3,7 bilhões em salários.

Concorrência desleal
O presidente executivo da Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip), Klaus Curt Muller, apontou o Brasil como o único país do Ocidente que tem em seu território a produção de pneus e borracha natural, o que é estratégico. Segundo ele, os fabricantes não são contra as importações, mas sim contra o que chamou de concorrência leal.

“Dados da Receita Federal mostram que metade é importada com valor inferior ao custo da matéria-prima e a outra metade abaixo do custo industrial brasileiro. Ou seja, temos que enfrentar uma concorrência que tem preço abaixo do custo industrial, ou pior, da matéria-prima”, avaliou.

Segundo o representante da Anip, ao vivenciar o mesmo problema há alguns anos, os Estados Unidos aumentaram as tarifas de importação para proteger a indústria local. Como resultado, a demanda foi transferida para o Brasil.

Na opinião do diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Beneficiários de Borracha Natural (Abrapor), Fernando do Val Guerra, o aumento do imposto é uma medida excepcional para coibir práticas de concorrência desleal e defender o emprego, a indústria e a soberania do Brasil.

O diretor-executivo e presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), Ricardo Alípio da Costa, informou representar 36% das mais de 600 empresas importadoras, garantindo que nenhum dos associados compre do exterior abaixo do custo da matéria-prima . Ele acredita que é necessária uma maior fiscalização da Receita Federal dos demais importadores.

Costa pediu mais sensibilidade à situação dos caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativos. “Quanto mais caros os pneus, menos competitivos são os nossos produtos, pois tudo no Brasil é transportado sobre pneus. O meu objetivo é incentivar Vossas Excelências a levarem o nosso apelo ao governo para que olhe o problema de forma abrangente e não apenas na perspetiva da indústria, pois o comércio também emprega, e emprega muito”, defendeu.

Para ele, se há importações é porque a indústria não tem capacidade para suprir a demanda interna.

Marcos Vergueiro/Secom-MT

Representante sindical destaca a segurança gerada pelo uso de pneus novos

Custos
O assessor jurídico da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Alziro da Motta, afirmou que os representantes do setor não apresentaram dados sobre o crescimento do preço dos pneus nacionais, o que poderia esclarecer se o baixo valor dos pneus importados foi o responsável pelo ganho de mercado.

“Temos um problema sério com o piso mínimo de frete, que está no Supremo desde 2020, praticamente suspenso. Se o piso estivesse em vigor e funcionando, provavelmente os caminhoneiros nem estariam aqui porque teriam a garantia de qualquer aumento do insumo, que seria repassado ao frete automaticamente”, argumentou.

O superintendente de Transportes Rodoviários e Serviços Multimodais de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Aires Amaral Filho, destacou que a preocupação do órgão é com o sucateamento do setor, “que já vem sofrendo muito com aumento de custos em geral “. «Acaba que o transportador, principalmente o trabalhador independente, tem de suportar a totalidade do custo», considerou.

Segundo o assessor técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Antonio Lauro Valdívia Neto, o aumento nos preços dos pneus resultará em um gasto anual de R$ 2 milhões para o setor.

“Acabamos de passar por um período de aumento muito grande, o preço dos caminhões dobrou nos últimos três anos, tivemos aumentos enormes por conta do diesel. Este ano, quando as coisas começam a ficar mais estáveis, essa notícia chega mais” , lamentou.

Segurança
O representante do Sindicato Autônomo dos Transportes de Mercadorias do Rio de Janeiro (Sindican), Nélson Júnior, lembrou que, em 2015-2017, era comum os profissionais dirigirem com pneus reciclados, adquiridos em revendedores de pneus. “A partir do momento em que foi aberta a importação de pneus, tivemos a oportunidade de dirigir com pneus novos, o que traz segurança e reduz acidentes nas estradas. Nenhum de vocês disse isso aqui”, ressaltou.

Na avaliação da Associação Catarinense de Transporte de Carga, há uma manobra para aumentar o pneu de toda a cadeia, migrando o imposto do concorrente. O caminhoneiro de Jandersson deu o recado: “Nós, caminhoneiros, não vamos aceitar, não vamos aceitar isso, do caminhão, nem do carro de passeio, nem da indústria, nem do agronegócio”, garantiu.

A reunião foi realizada a pedido do deputado Zé Trovão (PL-SC). Ele destacou a importância do debate para os 615 mil caminhoneiros autônomos do Brasil e afirmou que é viável buscar uma solução equilibrada e justa.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Ana Chalub



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