Indiciamento do ministro Juscelino Filho desgasta mais o Planalto

Indiciamento do ministro Juscelino Filho desgasta mais o Planalto



A Polícia Federal indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Segundo a corporação, o governista cometeu os crimes de organização criminosa, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitações.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não decidiu se o ministro permanecerá ou não no cargo.

O caso envolve a utilização de emendas parlamentares, quando Juscelino era deputado federal, para pavimentação de estradas em Vitorino Freire, no Maranhão. Os recursos teriam sido utilizados para beneficiar apenas imóveis pertencentes à família do ministro.

O relatório final da PF sobre o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, e está nas mãos do ministro Flávio Dino. Ele deverá encaminhá-la à Procuradoria-Geral da República (PGR), que, por sua vez, decidirá pela apresentação ou não de denúncia.

Quando era deputado pelo União Brasil, Juscelino destinou cerca de R$ 5 milhões em emendas à prefeitura de Vitorino Freire. A cidade é comandada por sua irmã, a prefeita Luanna Rezende, afastada do cargo por alguns dias, após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, em meio às investigações. Dias depois, a medida foi suspensa.

Segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), cerca de 80% das emendas encaminhadas por Juscelino à prefeitura foram gastas na pavimentação de uma rodovia que dá acesso a imóveis do ministro e sua família, em obras estimadas em custo R$ 7,5 milhões. Os recursos foram repassados ​​por meio da Codevasf, e as obras foram executadas pela empresa Construservice, que tinha o empresário Eduardo José Barros Costa, o “Eduardo DP”, como sócio oculto.

Em investigação sobre irregularidades na Codevasf, a PF encontrou mensagens trocadas por Eduardo DP e Juscelino Filho, entre 2017 e 2020, nas quais os dois discutiam as obras e a destinação de aditivos.

Eduardo DP é investigado por uma série de irregularidades em licitações e tem ligações com diversos políticos maranhenses. O celular do empresário foi apreendido durante a primeira fase da Operação Odoacro, em julho de 2022.

Juscelino foi nomeado ministro das Comunicações por Lula no início do mandato, fazendo parte da composição do governo com nomes do Centrão. O União Brasil ganhou três carteiras. Para assumir o cargo, tirou licença da Câmara dos Deputados.

A PF solicitou busca e apreensão dos endereços do ministro em setembro do ano passado, o que foi negado por Barroso. Na avaliação do juiz, não havia elementos suficientes da prática dos crimes para sustentar a operação. Juscelino foi, porém, chamado a prestar depoimento pela corporação. A audiência ocorreu no dia 17 de maio deste ano. O ministro respondeu algumas perguntas sobre o caso, mas disse que se recusaria a comentar temas não relacionados ao desvio de emendas parlamentares. O delegado responsável pelo interrogatório decidiu então cancelar o depoimento após alguns minutos.

Defesa

Procurado por Correio Braziliense, Juscelino Filho negou qualquer irregularidade. Ele classificou o indiciamento como uma “ação política e previsível” e comparou a investigação da PF à Operação Lava-Jato.

“O indiciamento é uma ação política e previsível, que faz parte de uma investigação que distorceu premissas, ignorou fatos e nem ouviu a defesa sobre o alcance da investigação. , que envolve a minha atuação no Ministério das Comunicações, sempre pautada pela transparência, ética e defesa do interesse público”, escreveu o ministro em nota.

Juscelino disse que apenas indicou as emendas parlamentares e que a responsabilidade pela fiscalização das obras é do Executivo e dos órgãos competentes. Ele também criticou os procedimentos da PF. “Durante meu depoimento, o delegado responsável não fez nenhuma pergunta relevante sobre o objeto da investigação. Além disso, encerrou-a abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou maiores elaborações”, enfatizou. “Isso levanta dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava-Jato e que causou danos irreparáveis ​​a pessoas inocentes”.

O ministro destacou que indiciamento não significa culpa e que a Justiça é a única instância capaz de julgar o caso. “A minha inocência ficará provada no final deste processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados”, frisou.

Em nota, a União Brasil reforçou o apoio ao seu integrante e disse que “suspeitas são apenas suspeitas”. O partido afirmou ainda que as denúncias só começaram após a posse de Juscelino como ministro, o que indica uma ação política para destituí-lo do cargo. “A acusação não deve significar culpa e o princípio da presunção de inocência e do devido processo legal deve ser rigorosamente respeitado”, destacou.

As suspeitas pesam contra o ministro desde o início do ano passado. Ele já foi convocado por Lula para esclarecer acusações como uso de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para participação em leilão de cavalos e irregularidades em suas contas eleitorais. Por enquanto, a possibilidade de demissão de Juscelino é considerada baixa dentro do Palácio do Planalto, apesar do indiciamento.



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