Indiciado, ministro se diz vítima de perseguição de desafetos no governo

Indiciado, ministro se diz vítima de perseguição de desafetos no governo


A escolha de Juscelino Filho para Ministro das Comunicações no governo Lula foi uma daquelas surpresas difíceis de explicar com argumentos eminentemente técnicos. Típico representante do baixo clero da Câmara dos Deputados e sem conhecimento específico do setor, o parlamentar foi elevado de última hora ao primeiro escalão do Executivo na disputa para que seu partido, o União Brasil, ingressasse no consórcio de partidos que, em troca de posições relevantes, prometeram algum apoio político à frágil base governamental no Congresso. O ministro mal se sentou na cadeira quando foi atingido por uma série de acusações de desvio de dinheiro público para fins privados, delitos que teriam ocorrido durante o seu mandato. Por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), ele enfrentou o constrangimento de ter suas contas bloqueadas para garantir o reembolso de parte dos recursos que havia desviado dos cofres públicos.

Na quarta-feira, 12, o constrangimento atingiu o ápice. Juscelino Filho foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, falsidade ideológica e organização criminosa. Ele é o primeiro membro sênior do governo Lula 3 a passar por essa situação. O caso que colocou o auxiliar do presidente de volta ao noticiário político da polícia envolve transferências de dinheiro da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) para o município de Vitorino Freire, no Maranhão, onde o ministro cresceu e hoje tem sua irmã, Luanna Rezende, como prefeita. Eles são apontados pela PF como criadores e beneficiários de um esquema supostamente ilegal que envolve dinheiro de emendas parlamentares, obras de interesse privado e uma construtora amiga.

internet .jpg” width=”880″ height=”1100″ data-restrict=”false” data-portal-copyright=”X” data-image-caption=”RENOVAÇÃO À VISTA – Há vinte anos, no primeiro governo Lula, José Dirceu era ministro-chefe da Casa Civil, José Genoino era presidente do PT e Ricardo Berzoini comandava o Ministério da Previdência. Os três representavam a nata do poder petista. Os dois primeiros foram condenados por corrupção, e Berzoini submergiu depois de ter o nome envolvido no episódio que ficou conhecido como “escândalo dos aloprados”. Na segunda-feira, o trio participou de uma reunião virtual com Lula. Estavam acompanhados do ex-governador Olívio Dutra, do ex-ministro Tarso Genro, de Paulo Okamotto, ex-presidente do Instituto Lula, e do deputado Rui Falcão. A pauta do encontro: a renovação do PT.” data-image-title=”” data-image-source=”Reprodução”/>
RENOVAÇÃO À VISTA – Há vinte anos, no primeiro governo Lula, José Dirceu era ministro-chefe da Casa Civil, José Genoino era presidente do PT e Ricardo Berzoini comandava o Ministério da Previdência Social. Os três representavam a nata do poder petista. Os dois primeiros foram condenados por corrupção, e Berzoini ficou submerso após ter seu nome envolvido no episódio que ficou conhecido como “escândalo dos loucos”. Na segunda-feira, o trio participou de um encontro virtual com Lula. Eles estavam acompanhados do ex-governador Olívio Dutra, do ex-ministro Tarso Genro, de Paulo Okamotto, ex-presidente do Instituto Lula, e do deputado Rui Falcão. A pauta da reunião: a renovação do PT. (X/Reprodução)

Segundo a Polícia Federal, Juscelino destinou recursos de suas emendas orçamentárias para a pavimentação de ruas e estradas de Vitorino Freire. Até agora, nada de incomum. O problema começa quando se descobre que houve um acordo para a empresa Construservice realizar a obra. Os investigadores colheram indícios de que o então deputado participou diretamente da trama. Mensagens encontradas em poder da polícia mostram o ministro e um empresário que seria o sócio silencioso da empresa discutindo detalhes do processo. Em investigação paralela, a Controladoria-Geral da União (CGU) alertou que uma das estradas pavimentadas passava pela porta de uma das fazendas do ministro. A PF também reuniu indícios de que uma das empresas beneficiadas pelos repasses pertencia ao próprio Juscelino. Em dezessete meses de governo, o ministro foi torpedeado por denúncias que vão desde o uso irregular de jatos da FAB até o recebimento de diárias para viagens pessoais.

Aparentemente inabalável em sua posição, o ministro voltou a repetir que não cometeu nenhuma ilegalidade e que as acusações contra ele partem de descontentamentos dentro do próprio governo. Nos bastidores, os aliados de Juscelino sempre apontaram o dedo para o então ministro da Justiça Flávio Dino, seu adversário nas disputas políticas no Maranhão e até poucos meses atrás, superior hierárquico da PF. Indiciado, Juscelino acusou a Polícia Federal de ter agido politicamente para prejudicá-lo, sugerindo que ele está sendo vítima de algo semelhante ao que, a seu ver, teria acontecido com alguns políticos e com o próprio presidente Lula. A ofensiva, disse, “suscita dúvidas sobre a sua isenção, repetindo um método de atuação que já vimos na Operação Lava-Jato e que causou danos irreparáveis ​​a pessoas inocentes”.

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INVESTIGAÇÃO – Vitorino Freire: obras suspeitas na cidade da família do ministro
INVESTIGAÇÃO – Vitorino Freire: obras suspeitas na cidade da família do ministro (Google/Reprodução)

Por ironia do destino, o inquérito que investiga o ministro está sob a responsabilidade do agora juiz Flávio Dino, que assumiu cadeira no STF em fevereiro. No dia da acusação, nenhuma figura de renome do governo saiu em defesa do ministro. O presidente Lula, que estava de plantão no Rio, avisou que não falaria. Quando chegou à Suíça, ele saiu pela tangente dizendo “Temos que dar a ele a chance de provar sua inocência”. Privadamente, o PT, a quem foi prometido o comando do Ministério das Comunicações e que desde a primeira denúncia pedia abertamente a demissão de Juscelino, desta vez manteve um estranho silêncio.

Publicado em VEJA em 14 de junho de 2024, edição nº. 2897



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