26/12/2024 – 13h48
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Proposta aprovada estimula produção de hidrogénio com baixas emissões de carbono
Para incentivar a produção de hidrogênio com baixas emissões de carbono, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que estabelece certificação voluntária e incentivos fiscais federais. O Projeto de Lei 2308/23 foi transformado no Lei 14.948/24.
O projeto original, dos deputados Gilson Marques (Novo-SC) e Adriana Ventura (Novo-SP), foi relatado pelo deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) em segunda votação na Câmara e considera o hidrogênio com baixa emissão de dióxido de carbono (CO2 ) aquela cuja produção gera 7 kg de CO2 para cada quilograma de hidrogênio obtido.
Embora a adesão seja voluntária, o texto cria o Sistema Brasileiro de Certificação de Hidrogênio (SBCH2).
O texto concede suspensão de PIS, CofinsPIS-Importação e Cofins-Importação sobre a aquisição ou importação de novas máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos e materiais de construção destinados a projetos de hidrogênio.
Transição energética
O Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) foi proposto pelo Projeto de Lei 327/21 para incentivar projetos de desenvolvimento sustentável com recursos provenientes de créditos empresariais perante a União.
O texto, que aguarda sanção presidencial, é da relatora, deputada Marussa Boldrin (MDB-GO), e considera projetos de obras de infraestrutura, ampliação ou implantação de parques de produção de energia sustentável, projetos de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico como desenvolvimento sustentável de inovação tecnológica que proporcionem benefícios socioambientais ou mitigar impactos ao meio ambiente.
Na área de tecnologia e produção de combustíveis renováveis, serão priorizados aqueles relacionados ao etanol, combustível de aviação sustentável (SAF), biodiesel, biometano e hidrogênio de baixo carbono, entre outros.
O Fundo Verde, a ser administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), terá como objetivo garantir o risco dos financiamentos concedidos por instituições financeiras aos titulares de projetos aprovados em Paten.
Combustíveis do futuro
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei “combustíveis do futuro”, que cria programas nacionais para diesel verde, combustível de aviação sustentável e biometano, além de aumentar a mistura de etanol e biodiesel na gasolina e no diesel, respectivamente. . A proposta (PL 528/20) foi convertida em Lei 14.993/24.
O Programa Nacional de Combustíveis de Aviação Sustentáveis (ProBioQAV) incentivará a pesquisa, produção, comercialização e utilização deste tipo de combustível, estabelecendo também que as companhias aéreas devem reduzir as emissões de gases de efeito estufa com metas anuais até atingirem 10% de redução em 2037.
Segundo o texto do relator, deputado Arnaldo Jardim, quando o projeto virar lei a nova margem para mistura de etanol com gasolina passará de 22% para 27%, podendo chegar a 35%. Quanto ao biodiesel, a partir de 2025 a mistura aumentará até atingir 20% de diesel em março de 2030.
A lei dos “combustíveis do futuro” também trata do transporte, captura e armazenamento geológico de dióxido de carbono (CO2), estipulando obrigações para os operadores destas atividades.
Crédito para hidrogênio
Com a aprovação do Projeto de Lei 3.027/24, do deputado José Guimarães (PT-CE), foi criado o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). A proposta foi convertida em Lei 14.990/24.
O texto aprovado é um substituir do deputado Arnaldo Jardim e prevê um crédito tributário total de R$ 18,3 bilhões que poderá ser concedido de 2028 a 2032.
A prioridade dos incentivos será para setores industriais de difícil descarbonização, como fertilizantes, siderurgia, cimento, produtos químicos e petroquímicos. Outro objetivo será promover a utilização do hidrogénio nos transportes pesados, como o transporte marítimo.
O Lei 14.948/24no que diz respeito à produção de hidrogénio, considera baixas emissões de carbono aquelas cuja produção emite até 7 kg de CO2 ou gases com efeito de estufa equivalentes. Esse nível permite o uso do etanol para gerar hidrogênio.
Com as tecnologias atuais, mesmo a utilização do carvão atinge 2kg de emissões de CO2 por quilograma de hidrogénio se a eficiência de captura de carbono for de 90%.
Relatório – Eduardo Piovesan
Montagem – Roberto Seabra
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