25/06/2024 – 20h05
Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao tabagismo
Em debate na Comissão Especial de Combate ao Câncer nesta terça-feira (25), o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e a Aliança contra o Câncer de Pulmão, formada por seis sociedades médicas, discordaram quanto à ênfase no rastreamento entre as estratégias de combate ao câncer. doença.
Atualmente, o câncer de pulmão é o terceiro mais prevalente entre os homens e o quarto entre as mulheres. São cerca de 32 mil novos casos por ano no Brasil e 1,7 milhão no mundo. Cerca de 90% dos casos estão associados ao tabagismo e os sintomas começam a aparecer numa fase avançada da doença, geralmente acima dos 50 anos de idade.
Por esses motivos, o diretor-geral do INCA, Roberto de Almeida Gil, defendeu enfaticamente as campanhas de controle do tabagismo e diagnóstico precoce como “a única forma de lidar com o aumento de casos devido ao envelhecimento da população”. Ele destacou que as políticas públicas de prevenção reduziram a incidência da doença de 35% para 12%, acompanhada de queda na mortalidade, principalmente entre os homens, desde 2005.
Segundo Gil, o rastreamento traz potenciais benefícios e riscos para o paciente. Também existe preocupação com a taxa de resultados falso-positivos em pacientes com tuberculose e outras doenças. “Temos que ter muito cuidado, porque a nossa rede de cuidados hoje ainda não está preparada para lidar com doenças avançadas. Temos muitos gargalos. Que um programa de rastreamento não chegue a estrangular todo um sistema que hoje já está muito estressado.”
O presidente honorário da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Carlos Gil Ferreira, admitiu a relevância das campanhas de conscientização, mas disse que as estratégias de rastreamento são uma “janela de oportunidade para o combate à doença”.
Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Daniel Bonomi: “O rastreio é o início de uma melhoria na medicina respiratória”
Tomografias computadorizadas
O diretor científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Daniel Bonomi, lembrou que as antigas práticas de radiografias e exame de escarro foram substituídas pela tomografia computadorizada de baixa dose (TCLB), com resultados positivos para diagnóstico e tratamento.
“O mundo tecnológico avançou demais, com investimento e tomografia de baixa dose. A pandemia mostrou que temos tomografias computadorizadas suficientes. Basta alterar a dosagem. É simples. E o rastreio é o início de uma melhoria na medicina respiratória.”
Representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) citaram evidências científicas de que o rastreamento “antecipa o diagnóstico e reduz a mortalidade”.
As Sociedades Brasileiras de Patologia (SBP) e de Radioterapia (SBRT) também fazem parte da Aliança contra o Câncer de Pulmão, com apoio da Associação Médica Brasileira (AMB).
Projetos
Organizador do debate, o deputado [[Flávia Morais]]já é autor do Projeto de Lei 2.158/24, que restringe a venda de cigarros eletrônicos. Ela acaba de oficializar o Projeto de Lei 2.550/24, com normas para rastreamento da doença.
“Este projeto estabelecerá diretrizes para o rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de pulmão. Hoje já temos leis que tratam dessa questão em relação a outros tipos de câncer, como de mama e de próstata.”
Durante a audiência, os médicos apresentaram experiências bem-sucedidas de rastreamento do câncer de pulmão em hospitais de São Paulo e do Rio Grande do Sul, inclusive com pacientes do Sistema Único de Saúde. Em nome do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS), César Neves, do Paraná, defendeu a prevenção e também demonstrou entusiasmo pelas estratégias de rastreio.
“Temos que ter atenção primária com olhar atento aos sintomas que muitas vezes são incipientes e fazer prevenção. E não temos dúvidas de que o rastreio precoce mudará a história natural dos pacientes e também aliviará os cofres do enfraquecido sistema público, que gasta muito mais em tratamentos em fase avançada e em medicina paliativa.”
Neves também defendeu a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Lei 14.758/23), reforçando o papel da atenção básica.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Georgia Moraes
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