Às vésperas de divulgar o pacote fiscal, o governo tenta ajustar o tom em torno das medidas que serão anunciadas para equilibrar as contas públicas e quer reforçar o conceito de “limite de crescimento” para substituir o de “corte de gastos”.
A estratégia busca reverter o forte desgaste do governo nas últimas semanas, gerado pelo debate em torno de supostos cortes nas áreas sociais. A narrativa do corte gerou manifestações contrárias de sindicatos, organizações sociais e até do PT, partido do presidente Lula.
No Palácio do Planalto e no Ministério da Fazenda, acredita-se que esta semana funcionou como uma espécie de “freio de limpeza” e que o Brasil marcou um “grande gol” ao incluir a questão da fome e da pobreza no centro do debate do G20. , o grupo das maiores economias do mundo. Além de ter promovido o G20 Social na semana anterior à cúpula dos presidentes, possibilitando que os movimentos sociais participassem oficialmente das discussões e apresentassem propostas.
Com isso, a avaliação é que Lula saiu fortalecido no grupo dos maiores países do mundo, e justamente com o tema que é sua bandeira de vida e marco de sua gestão. Agora, a ordem é garantir que a leitura das medidas fiscais siga a mesma linha, com foco na responsabilidade social, no equilíbrio fiscal e nos limites de despesas.
Nesta quinta-feira, 21, o ministro Rui Costa (Casa Civil) lançou a estratégia. Em entrevista à GloboNews, ele destacou o “compromisso do presidente Lula com a inclusão social, distribuição de renda e investimentos no país”. Disse ainda que o governo “não vai desistir do equilíbrio fiscal” e que, no pacote de medidas que será anunciado, serão preservadas as áreas da saúde e da educação.
Salário mínimo
O ministro Fernando Haddad (Finança) e o ministro Simonte Tebet (Planejamento) têm o desafio de convencer que limite de crescimento não é corte de custos, mesmo que alguns itens tenham redução de despesas quando incluídos nas novas regras. É o caso do reajuste do salário mínimo. Ao assumir o governo, Lula fez questão de retomar uma política de reajuste anual (criada em seu governo anterior e posteriormente abandonada) que considera o crescimento do PIB e a inflação para garantir ganhos reais.
O discurso de Haddad tem sido que é preciso melhorar o quadro fiscal, um conjunto de regras que, entre outras coisas, limita o crescimento das despesas a 70% do aumento das receitas e cria um teto de 2,5% para o aumento das despesas. A lógica é que a despesa pública aumentará a um ritmo mais lento, o que significa que, a longo prazo, a dívida do sector público entrará numa trajectória de equilíbrio. O problema é que diversas despesas não estão sujeitas a esses limites. É o caso do salário mínimo e dos investimentos em educação e saúde.
A equipa económica luta pela inclusão do reajuste do salário mínimo no quadro fiscal. O argumento é que continuará havendo ajustes reais (acima da inflação). O problema, porém, é outro: por exemplo, se essa lógica fosse aplicada em 2025, em vez do aumento de 2,9% previsto pelo sistema atual, o ganho seria de 2,5%. “Isto não é um corte”, afirma fonte governamental, defendendo que “é preciso olhar para frente”.
Discurso interno
Na semana anterior ao G20, o próprio Lula ajustou seu discurso dentro do governo, tentando acabar com a briga interna entre ministros que começava a ferver. Irritados com a possibilidade de sofrerem cortes severos no pacote fiscal, os ministros Carlos Lupi (Segurança Social) e Luiz Marinho (Trabalho) chegaram a ameaçar renunciar. Segundo interlocutores no Palácio do Planalto, o próprio presidente Lula organizou o discurso ao afirmar em reunião com ministros que “todos dariam a sua contribuição”.
A partir daí, Haddad e Tebet focaram em fazer cortes também nas Forças Armadas. Segundo interlocutores da área, esse aporte virá de uma mudança nas pensões militares. Segundo Haddad, isso somará R$ 2 bilhões por ano.
Esta quinta-feira, o ministro das Finanças comemorou também o facto de as receitas em 2024 corresponderem ao que foi previsto pela equipa económica. Mesmo assim, segundo ele, será necessário bloquear pouco mais de R$ 5 bilhões para garantir a meta fiscal do ano. “Desde o início do ano, reafirmamos que não haverá alteração na meta de resultado primário”, disse.
“Estamos praticamente no último mês do ano convencidos de que conseguimos cumprir a meta de LDO do ano passado”, continuou o ministro. Haddad afirmou ainda que na próxima segunda-feira, 25, o presidente Lula analisará o texto das medidas detalhadas pela Casa Civil. A partir daí, o Tesouro estará pronto para fazer o anúncio, que poderá acontecer na segunda ou terça-feira, dia 26.
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