Assim que se livrou de uma dor de cabeça, o governo Lula ganhou outra.
O capítulo da PEC das Blusinhas foi turbulento. Envolveu meses de esforços de Fernando Haddad, considerável lobby da indústria, palpites imprudentes da primeira-dama, a ameaça do presidente de trair seu ministro, fascinante hipocrisia fiscal e populismo por parte dos parlamentares, e muitos gritos, choros e rangidos. de dentes.
Envolveu também um conflito entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, que quer indicar um aliado como vice-presidente na chapa de reeleição do prefeito de Maceió, JHC, e o senador Rodrigo Cunha, relator da PEC no Senado, candidato à vaga. O diferencial é que a mãe do prefeito é deputada de Cunha: se ele for eleito vice-presidente, ela será senadora. Suco do Brasil.
A taxação das “bugigangas” (como Lula as chamava) passou — mas o bombardeio ao governo aumentou, agora com um novo alvo, a recente MP do Equilíbrio Fiscal, com a qual Haddad espera obter o que não conseguiu com a isenção fiscal ( enorme bagunça que resultou em um fracasso retumbante).
A MP restringe, sem respeitável argumentação lógica, a compensação do PIS e da Cofins, tributos federais sobre a receita (algo cuja própria existência é difícil de defender), que podem ser deduzidos das despesas incorridas.
Segundo cálculos do próprio governo, a restrição deste desconto vai tirar dinheiro das empresas e trazer algo como 29 mil milhões para os cofres públicos. Muitas pessoas serão obrigadas a pagar PIS e Cofins indevidamente, sem nunca terem a chance de serem reembolsadas. Todo o setor produtivo está em pé de guerra.
Se o fim da isenção fiscal foi perfeitamente defensável e o governo perdeu (feio), o que se pode esperar de uma PEC para a qual é difícil encontrar uma linha de defesa razoável? A derrota está à vista.
O novo imbróglio, assim como, antes dela, a PEC das Blusinhas, revela alguns dos principais problemas do Brasil hoje:
1. Todo o esforço fiscal do governo visa a arrecadação, ou seja, o aumento dos impostos. O governo não aceita cortar custos e espera que outros façam o sacrifício que ele próprio se recusa a fazer.
2. O governo negocia pouco com o Congresso e tenta legislar impondo medidas provisórias bombásticas.
3. O Congresso tem autoridade sobre o orçamento, mas não tem responsabilidade pelo resultado.
Se o Executivo não negocia e não dá exemplo do que precisa ser feito, e o Legislativo não se importa com as consequências, não é difícil imaginar o resultado.
(Por Ricardo Rangel em 07/06/2024)
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