Governo desmente plano de cobrar mensalidade de alunos ricos em federais

Governo desmente plano de cobrar mensalidade de alunos ricos em federais



O Ministério da Fazenda afirmou nesta segunda-feira (8) que cobrar mensalidades de estudantes ricos em universidades federais não está nos planos da secretaria.

A ideia está sendo considerada por uma ala do governo dentro do cardápio de medidas em análise para melhorar a eficiência dos gastos públicos, como mostrou a Folha. Esse grupo também estuda alterar parâmetros do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

“O Ministério da Fazenda informa que tais iniciativas nunca estiveram entre as medidas em análise pelo ministério”, afirma o órgão, em nota.

Após a divulgação do relatório, as propostas foram criticadas por apoiadores do governo nas redes sociais.

“Durante décadas, nossa área defendeu a ideia óbvia de que qualquer cobrança de mensalidade está abrindo a porta para a entrada do Cavalo de Tróia da privatização. Manobras para reduzir recursos do Fundeb em um dos países que menos paga aos professores é criminosa”, escreveu o a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B-RS) no domingo (7).

Membros do Executivo que defendem mensalidades nas universidades defendem a cobrança apenas de estudantes de classes sociais mais favorecidas.

O impacto fiscal da iniciativa, no entanto, é incerto. A mudança no perfil dos estudantes das universidades públicas ao longo dos anos, em função da implementação da Lei de Cotas, pode significar uma abrangência menor da medida.

No caso do Fundeb, a opinião daqueles que apoiam a mudança é que as alterações podem proporcionar maior flexibilidade orçamental. Em determinados anos, porém, a redução efetiva das despesas pode acabar não sendo tão significativa.

Uma das opções em análise é aumentar o percentual da contribuição paga pela União ao Fundeb que pode ser contabilizado para o piso federal da educação. Hoje, só é possível considerar 30% do valor transferido para a conta.

Outra ideia do Fundeb é reduzir de 70% para 60% o percentual do fundo destinado ao pagamento de profissionais da educação básica na prática.

Uma terceira alternativa que está na mesa é ampliar o leque de profissionais que podem receber esses recursos. Hoje, a lista inclui professores, diretores, coordenadores pedagógicos, entre outros que atuam em atividades ligadas à educação básica.

A ideia é incluir trabalhadores de outras áreas, como, por exemplo, segurança, portaria, limpeza e manutenção – não diretamente ligadas às atividades educativas, mas que desempenham funções essenciais ao funcionamento dos estabelecimentos de ensino.

As transferências para o Fundeb não impactam o teto de despesas do quadro fiscal, mas são incluídas na conta de resultado primário. Na opinião de quem apoia as mudanças, elas também podem trazer maior flexibilidade ao Orçamento.



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