Candidato a vice-prefeito de Belo Horizonte na chapa de Indira Xavier (UP), o seringueiro Geraldo Neres (UP) defende a nacionalização do transporte público na capital mineira. Segundo ele, essa seria a melhor forma de resolver os problemas do sistema, que classifica como caro e ineficiente. Neres foi o oitavo entrevistado da série de audiências que o Estado de Minas vem fazendo com vice-candidatos em BH desde o dia 16 deste mês. Além da proposta de nacionalização do transporte público, ele falou sobre saúde, educação e criticou candidatos e gestões anteriores. Confira alguns pontos da entrevista.
Frete ruim
Geraldo Neres é crítico do transporte público em BH. Na sua avaliação, o sistema não atende às necessidades de quem mais depende dele: os trabalhadores. “Vamos querer saber porque é que o transporte público é caro, porque é que é tão mau e porque ainda temos que tirar dinheiro da saúde e da educação para financiar um transporte que não volta. Entendemos que esse transporte tem que ser nacionalizado”, afirmou. .
O candidato sinalizou a possibilidade de realização de um plebiscito para consultar a população sobre a necessidade de abertura do que chamou de “caixa preta dos transportes”. “Tecnicamente, vamos colocar um plano em prática ou até ver com o departamento jurídico o que é possível fazer. De qualquer forma, temos, por exemplo, (a possibilidade) de plebiscito”, afirmou.
Neres defendeu a garantia do direito ao lazer através do transporte público. “Tem gente que tem que ir na casa da mãe, pegar dois ônibus, duas horas para ir, duas horas para voltar. Se for aquela mãe que acorda cedo, quando ela chegar o almoço já estará frio”, ressaltou.
Em relação à nacionalização, o candidato sugere, por exemplo, uma parceria com Minas Gerais Administração e Serviços (MGS) para gerir o sistema de transportes nacionalizado.
Ele aproveitou a entrevista para criticar governos passados e atuais candidatos. «Isso é algo que só nós podemos fazer, porque não aceitamos financiamento de campanha, não temos e não queremos. Trabalhamos com as pessoas, por isso é com as pessoas que o faremos. Isso é muito difícil, se fosse fácil já teria sido feito”, afirmou.
Sistema de Saúde
Geraldo Neres diz que o SUS é “maravilhoso” e que precisa ser valorizado, mas precisa ser melhorado. Ele sugere que a melhor forma de conseguir isso é através da inclusão dos próprios profissionais de saúde no debate. Para ele, também é preciso incluir a população usuária do SUS nessa discussão, ouvindo suas necessidades e buscando soluções conjuntas.
“Temos que ligar e sentar com pessoas que realmente vivem a situação e sabem como funciona, mas, além disso, temos que ser parceiros deles, e para sermos parceiros deles, o primeiro passo é ter uma boa saúde juntos para o O SUS. O SUS é maravilhoso. Só quem não conhece, quem não estudou a fundo, é que não sabe. Temos que sentar com essas pessoas e valorizar esse trabalho para que possamos melhorar nesse aspecto. “, afirmou.
O candidato afirmou ainda que caso a prefeitura não tenha recursos necessários para implementar as melhorias propostas, é preciso mobilizar a população para pressionar o governo estadual e federal a aumentar os investimentos no SUS.
“O brasileiro paga muitos impostos. Se você juntar o município, o estado e a federação, não há possibilidade de pensar que não temos esse direito. imposto que pagamos. Só que temos que estar organizados em conjunto com a população e os profissionais de saúde”, destacou.
Educação
No que diz respeito à educação, Neres propôs ampliar o diálogo da PBH com os legislativos municipais e estaduais. “Você conhece algum deputado que não diz que vai melhorar a educação? Algum vereador que não vai melhorar a educação? Vamos ligar para eles, sentar aqui e ajudar a resolver se o orçamento não é suficiente”, disse.
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Parcerias Público-Privadas
Neres criticou as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e afirmou que ser um bom “gestor” não garante que alguém também seja um bom administrador dos serviços públicos da cidade. “A parceria público-privada não contribui em nada e vai administrar com dinheiro público. O setor privado não investe dinheiro. Na gestão pública é muito importante que sejamos competentes em tudo que fazemos, mas o fato de ser um bom gestor não significa que seja bom para a cidade e para o estado. Além disso, é preciso entender que a gestão é para o povo”, disse.
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