G20: prefeitos pedem R$ 4,6 trilhões por ano para enfrentar crise climática

G20: prefeitos pedem R$ 4,6 trilhões por ano para enfrentar crise climática



FOLHAPRESS – Prefeitos reunidos no Rio de Janeiro para evento prévio à reunião do G20 pediram neste sábado (16/11) US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,6 trilhões) por ano em investimentos públicos e financiamento para adaptação e mitigação dos efeitos da alterações climáticas.

O valor é quatro vezes superior aos recursos atualmente disponíveis para financiamento urbano, afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Ele sugeriu a criação de um fundo garantidor para que as prefeituras tenham acesso a novas fontes de financiamento.

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“Sem financiamento adequado, as cidades continuarão a enfrentar dificuldades”, disse Paes, durante reunião com cerca de 60 prefeitos ou líderes municipais no Rio. O grupo aproveitou a proximidade com o G20 e a COP29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, para chamar a atenção para o problema.

Os autarcas sugerem que um maior investimento em soluções como transportes de baixo carbono, energia limpa e infra-estruturas resistentes às alterações climáticas ajudaria a reduzir as emissões, bem como a criar empregos e a impulsionar o desenvolvimento económico.

“Com financiamento adequado, as cidades tornaram-se catalisadoras do crescimento verde, transformando sectores como os transportes, habitação e energia, ao mesmo tempo que estimulam a inovação e o desenvolvimento económico”, refere uma nota divulgada pelo grupo.

“O modelo de financiamento urbano deve ser orientado por políticas nacionais, permitindo que as cidades captem recursos, então o desafio é tornar esse processo mais ágil”, afirmou Paes.

“Como prefeitos, vemos a urgência da ação climática em nossos bairros e comunidades todos os dias. As cidades têm o poder de liderar a transformação climática, reimaginando os espaços urbanos para torná-los mais verdes, mais saudáveis ​​e mais sustentáveis”, disse a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. .

Financiamento

Também no Rio para a reunião do G20, o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Ilan Goldfajn, disse que a instituição quer “trabalhar mais perto” das cidades para ampliar o acesso ao crédito.

“Normalmente, os bancos multilaterais trabalham mais estreitamente com os governos federais, [porque] temos as garantias”, afirmou. “Os governos regionais e os governos municipais estão mais dependentes da capacidade de contrair dívidas”.

Nesse sentido, o BID assessora prefeituras para reduzirem suas dívidas e terem acesso a financiamentos. “Uma vez que tenham boas contas fiscais, podem ir ao mercado e trabalhar. Se tiverem boas contas e puderem fazê-lo, também poderão receber dinheiro de nós”.

O BID também quer oferecer assessoria na preparação de projetos de investimento. “Às vezes temos acesso a recursos, mas não sabemos como preparar os projectos”, disse Goldfajn, lembrando que os bancos multilaterais anunciaram 120 mil milhões de dólares para investimentos ambientais em países de baixo rendimento.

Desse total, o BID fornecerá US$ 12 bilhões. “Penso que está a ficar muito claro para todos que estamos a enfrentar mais desastres climáticos”, disse o presidente do banco, acrescentando que o tema tem estado cada vez mais presente nas conversas do banco com os mutuários.

Nesta sexta-feira (15), Goldfajn anunciou US$ 25 bilhões no Rio para projetos voltados ao combate à fome e à pobreza. A oferta de crédito subsidiado é a forma de apoio do banco ao Pacto Global contra a Fome e a Pobreza, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para marcar a presidência brasileira do G20, que termina na próxima cúpula. semana.



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