O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Norman (PSD), deu tapinhas no presidente Lula (PT), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não ajudou Belo Horizonte e disse que dará continuidade ao projeto de Alexandre Kalil (PSD) caso seja reeleito.
Fuad Noman assumiu o cargo de prefeito em abril de 2022, quando Kalil renunciou ao cargo para concorrer ao governo de Minas Gerais, eleição na qual foi derrotado. Agora, o atual prefeito concorrerá a um novo mandato, mas ainda não recebeu indicação de apoio do antecessor.
“Agradeço muito ao meu amigo Kalil por me convidar para ser secretário da Fazenda, para ser vice-prefeito e depois sair e me deixar na Prefeitura de Belo Horizonte para fazer as mudanças que estamos fazendo na cidade. , quero dar continuidade ao projeto com o qual vencemos a última eleição”, disse Noman nesta quinta-feira (13/6) em audiência promovida pela Folha de S.Paulo e UOL.
Fuad minimizou a falta de apoio de Kalil no início da pré-campanha e destacou que esta posição não indicaria falta de confiança do ex-prefeito em sua gestão. Ele disse ainda que respeitará o tempo de decisão de Kalil, a quem chamou de amigo.
“Tenho certeza que prefeito [Kalil] confia e confiou muito em mim. Eu respeitei todo o seu plano de governo. Não há desconfiança, pelo contrário”, afirmou.
Questionado sobre sua posição na política nacional, Fuad disse que não se guia por ideologia e apoia quem ajuda Belo Horizonte.
“Eu sou Belo Horizonte. Não tenho vínculo ideológico com direita ou esquerda. Acho que o prefeito tem que se preocupar com a cidade. Essa questão de ideologia é uma questão nacional”, afirmou.
Ao mesmo tempo, destacou que apoiou o presidente Lula no segundo turno das eleições de 2022 por meio da promessa do petista de apoio à Prefeitura de Belo Horizonte. Ele disse que o presidente cumpriu a promessa e tem investido recursos na capital mineira.
Já o prefeito criticou Jair Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente não fez nenhum aporte importante de recursos para a cidade. Ele citou como exemplo as chuvas de 2020, que causaram enchentes e prejuízos na capital mineira: “Ele disse que estava mandando R$ 1 bilhão e mandou zero”.
Fuad destacou seu leque de alianças para as eleições, que incluem União Brasil, Solidariedade e PRD. Ele disse que a tendência é que o União Brasil indique o vice-presidente, mas nenhum nome foi apresentado.
“Os políticos mais antigos dizem que o vice-presidente tem que ter uma de três coisas: dinheiro, votos ou tempo de televisão. Como o União Brasil tem tempo de televisão, estou muito satisfeito com o vice-presidente que eles nomeiam”, disse.
Sobre possíveis novas alianças, Fuad disse que respeitará a decisão de outros partidos de terem candidatos próprios, sejam partidos da base do presidente Lula ou aliados do governador Romeu Zema (Novo), com quem disse ter bom relacionamento.
Ele também minimizou o fato de ser desconhecido de uma parcela do eleitorado, destacando que a população ainda não está preocupada com o processo eleitoral. Ele disse acreditar que a pesquisa avançará à medida que as pessoas conhecerem seu trabalho.
Ele disse ter realizado mais de 300 obras em dois anos e citou como exemplo projetos de prevenção de alagamentos, contenção de encostas, além de reformas de escolas e unidades municipais de saúde.
Questionado sobre o sistema de transporte público de Belo Horizonte, que tem sido alvo de críticas da população, Fuad afirmou que o sistema passa por uma transição de modelo.
Ele destacou a renegociação do contrato com as empresas, o que obrigou a prefeitura a fornecer subsídios para custear o sistema. Ele disse que, em contrapartida, foram adquiridos 750 novos ônibus, o equivalente a 30% da frota que circula na cidade.
Ele afirmou ainda que o acordo com as empresas é fruto de um trabalho conjunto entre a prefeitura e a Câmara Municipal: “O pai dessa criança é o político de Belo Horizonte, tanto do Executivo quanto do Legislativo. foi um esforço coletivo.”
SABATINAS
Fuad Noman estreou nesta quinta-feira o ciclo de audiências com pré-candidatos promovido pela Folha de S.Paulo e UOL, que começará pela capital mineira e continuará com outras 17 cidades.
As entrevistas foram conduzidas por Fabíola Cidral, com a participação dos repórteres Amanda Rossi, do UOL, e Artur Búrigo, correspondente da Folha de S.Paulo em Belo Horizonte.
Fuad, 76 anos, é economista e, antes de ser vice-prefeito e prefeito, foi secretário de Fazenda da cidade, além de secretário estadual de Transportes e Obras e presidente da Brasilprev, braço do Banco do Brasil.
Além dele, foram convidados outros dois postulantes. Nesta sexta-feira (14/6), no mesmo horário, será a vez do deputado federal Rogério Correia (PT). O deputado estadual Bruno Engler (PL) também foi convidado, mas desistiu de participar.
Além disso, a Folha de S.Paulo e o UOL promoverão um debate com os principais candidatos a prefeito de São Paulo. A reunião da primeira rodada será no dia 30 de setembro, às 10h. Havendo segundo turno, haverá outro no dia 21 de outubro, também às 10h.
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