25/09/2024 – 21h05
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Reunião da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial
A coordenadora da Frente Parlamentar de Apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), deputada Erika Kokay (PT-DF), anunciou a participação na coordenação do governo federal e da sociedade civil em torno do chamado ODS 18, que reforça a promoção da igualdade étnico-racial na Agenda 2030 das Nações Unidas. Esta agenda foi criada em 2015 com 17 objetivos globais.
No ano passado, o Brasil apresentou voluntariamente o ODS 18 para destacar o combate ao racismo entre as ações para alcançar o desenvolvimento sustentável até 2030. O novo ODS foi detalhado na ONU em julho. O tema acaba de chegar à Câmara dos Deputados, por meio de audiência na Comissão de Direitos Humanos nesta quarta-feira (25), organizada pelo deputado.
“O Brasil convive há muito tempo com o mito da igualdade racial, em um processo extremamente profundo de perpetuação e internalização de suas próprias desigualdades e violações de direitos. Então, acho que é muito importante que tenhamos o ODS 18 e o esforço para torná-lo um ODS global”, disse ela.
Segundo Erika Kokay, a Comissão de Direitos Humanos deve acompanhar a parceria do governo com órgãos da ONU (ACNUDH e PNUD) e com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em torno do ODS 18. Também pretende debater o tema começando pelo nova edição do Relatório Luz, prevista para 22 de outubro com análise da sociedade civil sobre a implementação da Agenda 2030 no Brasil.
Vinculado à Secretaria-Geral da Presidência da República, o coordenador de projetos da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Lavito Bacarissa, também conta com o Parlamento na formulação de políticas públicas e no apoio às ações da Agenda 2030 em Lei Orçamentária Anual.
A representante do Ministério da Igualdade Racial, Tatiana Dias, falou sobre a motivação do ODS 18. “O Brasil é um país de maioria negra e com um número significativo de povos indígenas, mas isso não tinha sido representado de forma consistente dentro do escopo da Agenda 2030 Foi desta constatação que surgiu a decisão presidencial de adotar voluntariamente o ODS 18. São propostas dez metas envolvendo as áreas de segurança pública, acesso à justiça, educação, saúde, representação de pessoas migrantes e patrimônio material e imaterial”, explicou.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Tatiana Dias: Agenda 2030 não refletiu as necessidades da maioria negra da população
Participação da sociedade civil
No Brasil, a proposta foi construída com a participação da sociedade civil, principalmente representantes das populações negra e indígena. Tiago Ranieri, do Ministério Público do Trabalho, aposta no novo objetivo de superar o que chama de “subalternização dos corpos” e “racismo estrutural histórico”. Ranieri citou dados de pesquisa do Ibge: 82,6% dos negros afirmam que a cor da pele influencia as oportunidades de emprego no Brasil.
“A grande informalidade e precariedade do país no mundo do trabalho é composta por trabalhadores negros. Nossos trabalhadores resgatados do trabalho infantil ou análogo ao escravo também têm cor e são negros. Então, é nosso objetivo prioritário combater essa estrutura racista que permeia o nosso país”, afirmou.
O professor Alberto Saraiva, da Faculdade Zumbi dos Palmares, classificou o ODS 18 como um “resgate histórico”.
Representante do Geledés – Instituto da Mulher Negra, Letícia Leobet destacou a relação direta do novo ODS com o Estatuto da Igualdade Racial.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
André Baniwa: povos indígenas pedem indicadores específicos
Povos indígenas
André Baniwa, do Ministério dos Povos Indígenas, pediu indicadores específicos sobre povos indígenas, povos quilombolas, comunidades e povos tradicionais. “Dar visibilidade ao trabalho que estas pessoas realizam no contexto das alterações climáticas e da proteção das florestas. É este conhecimento invisível que mantém a biodiversidade das nossas florestas.”
Além da luta pela demarcação de suas terras, os indígenas também querem a extinção de “termos de inferiorização” – como “selvagem”, “primitivo”, “preguiçoso”, “pagão” e “incivilizado” – que acabam por perpetuar situações de violência. Defendem a promoção e utilização de termos por eles aceites, como “povo”, em vez de “tribo” ou “etnia”; “indígena” em vez de “índio”; além de serem “civilizados”, sim, de acordo com a sua própria organização social e dotados de uma “cultura do bem viver” e de “conhecimentos ancestrais”.
Relatório – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
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