Forças de segurança: saiba quanto será o reajuste médio para cada cargo

Forças de segurança: saiba quanto será o reajuste médio para cada cargo



Tal como acontece com os profissionais de saúde, conforme mostrou EM nesta sexta-feira (31), O reajuste oferecido pelo governador Romeu Zema (Novo) aos servidores tem grande variação absoluta nas forças de segurança. Considerando a média salarial de cada cargo, o aumento varia entre R$ 64,02 para auxiliares administrativos da Polícia Militar e R$ 1.489,75 para coronéis. Os dados são do Portal da Transparência e foram segmentados por Data Center do Estado de Minas.

A proposta do governador é aumentar os salários de todos os funcionários, independentemente da faixa salarial, em 3,62%. A diferença nos valores dos dois cargos citados se deve à diferença salarial de 2.226%. Os coronéis recebem, em média, R$ 41.153,19, o maior salário de todo o funcionalismo mineiro, enquanto os auxiliares ganham em média R$ 1.768,59.

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Primeiro colocado na carreira militar, o militar de 2ª classe terá reajuste médio de R$ 157,97 caso o projeto seja sancionado na forma atual. A 1ª turma terá acréscimo médio mensal de R$ 196,68. As reposições médias também ficarão abaixo da faixa de R$ 500 para cabos (R$ 264,09); cadetes (R$ 297,35); 3º sargentos (R$ 330,45, posto mais ocupado com cerca de 10 mil militares); aspirantes (R$ 404,17); e 2º sargentos (R$ 437,55).

Entre R$ 500 e R$ 1 mil em reajuste médio, são seis patentes militares: 2º tenente (R$ 559,43); 1º sargento (R$ 611,38); 1º tenente (R$ 635,84); subtenente (R$ 736,49); capitão (R$ 799,73) e major (R$ 894,13). Além do cargo de coronel, o de tenente-coronel supera o aumento médio de R$ 1 mil, recebendo R$ 1.212,27, quase o salário mínimo.

Os dados consideram a planilha de março do Governo de Minas Gerais, a mais recente disponível no Portal da Transparência. Os valores apresentados consideram o salário base, portanto, os benefícios a que os servidores públicos têm direito não são acumulados.

Policia Civil

Também integrante das forças de segurança, a Polícia Civil de Minas Gerais está dividida em 10 cargos principais. Entre eles, o reajuste médio varia entre R$ 114,30 para técnicos auxiliares; e R$ 782,47 para delegados. A realidade dos chefes de investigação não é tão diferente da dos peritos criminais e dos legistas, que receberão, em média, R$ 774,40 e R$ 754,82, respectivamente, caso o texto passe no formato atual.

Outros seis cargos da Polícia Civil receberão reajuste médio inferior a R$ 500. São eles: auxiliar (R$ 128,23); analista (R$ 152,10); escriturário I (R$ 216,93); investigador I (R$ 229,25), investigador II (R$ 413,82, principal cargo da categoria com cerca de 4 mil funcionários); e escriturário II (R$ 419,55).

Sejusp

O Data Center do EM também verificou os reajustes médios dos funcionários da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Dos 12 principais cargos do departamento, o maior aumento médio vai para especialistas em políticas públicas e gestão governamental, que receberão R$ 566,40 caso o projeto seja aprovado sem alterações. Na ponta oposta estão os assistentes executivos comissionados, que receberão remuneração média de R$ 94,91.

Na linha de frente das políticas de segurança pública, os agentes socioeducativos terão acréscimo médio de R$ 251. A mesma posição comissionada terá acréscimo médio de R$ 206,82. A diferença entre empregados efetivos e contratados também ocorre no caso dos agentes penitenciários: respectivamente R$ 240,07 e R$ 208,58.

Abaixo da inflação

O reajuste de 3,62% fica abaixo da inflação acumulada no ano passado, quando o IPCA fechou em 4,62%. O texto foi aprovado em primeiro turno com 54 votos a favor e nenhum contra na ALMG, mas a Câmara ainda analisa alterações ao projeto, que deve ser votado na próxima semana.

O líder da situação, João Magalhães (MDB), pediu a verificação do quórum e apenas 33 dos 77 parlamentares responderam ao chamado. Com isso, a análise de possíveis alterações foi adiada. Entre eles está um da oposição que prevê autorização para o governo aumentar o aumento para 10,67%, considerando perdas inflacionárias em 2022 e 2023.

Na prática, o movimento realizado na Assembleia deixa a votação do PL 2309/2024 suspensa até, pelo menos, a próxima semana. Durante este período, os funcionários públicos devem continuar a planear estratégias de protesto e os parlamentares ganham mais tempo para negociações.

Pensão

No centro das discussões sobre o reajuste na Assembleia está também o aumento da contribuição das forças de segurança para o Sistema de Proteção Social Militar (IPSM). Hoje, os militares pagam uma alíquota única de 10,5% ao sistema previdenciário, sem qualquer transferência vinculada à saúde. A proposta do governo é aumentar essa contribuição para 13,5%, acrescentando 3 pontos percentuais para financiar os serviços hospitalares militares.

A pressão da categoria se intensifica após o governador Romeu Zema descumprir acordo assinado em 2019. Assim, a segurança pública exige uma recuperação da inflação de 41%, acumulada nos últimos sete anos. Na última quarta-feira, quando o projeto foi aprovado, funcionários da secretaria lotaram as galerias da Assembleia e cobraram os deputados estaduais.



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