Especialistas apontam impactos da reforma tributária na vida das mulheres – Notícias


03/06/2024 – 19:02

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Erika Kokay: “A reforma tributária deve cuidar das desigualdades”

Participantes de audiência pública na Câmara dos Deputados afirmaram, nesta segunda-feira (3), que o impacto da maior tributação sobre bebidas alcoólicas, fumo e alimentos ultraprocessados ​​vai além do campo econômico na vida das mulheres, trazendo benefícios também para seu convívio familiar . e sociais.

No debate promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, argumentou-se que a regulamentação da reforma tributária (Projeto Complementar 68/24), em análise na Câmara, contribui para o combate à desigualdade entre homens e mulheres no Brasil.

Na avaliação da deputada Erika Kokay (PT-DF), que sugeriu a audiência, a política tributária é um raio x das intenções do governo sobre como utilizar os recursos obtidos por meio de impostos e beneficiar a alimentação das mulheres negras, por exemplo.

“A reforma tributária tem que cuidar das desigualdades. Não é mais possível pensar em qualquer tipo de política pública que não tenha um posicionamento claro de combate ao racismo, ao patriarcado, ao sexismo e à destruição ambiental”, defendeu a parlamentar. “Tem que haver uma perspectiva de gênero. Se mais de 65% dos cuidadores são mulheres, os produtos relacionados com os cuidados precisam de ser mais baratos.”

Bebidas açucaradas e ultraprocessadas
A sugestão da advogada e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) Tathiane Piscitelli é que as normas da reforma ampliem o leque de bebidas açucaradas que serão tributadas com maior tributo, incluindo energéticos, sucos com adição de açúcar e bebidas lácteas, além de Refrigerantes.

Ela também recomendou a retirada de alimentos ultraprocessados, como macarrão instantâneo, da lista de produtos beneficiados com tributação 60% menor. “O consumo de alimentos ultraprocessados ​​onera as mulheres porque são elas as responsáveis ​​pela economia do cuidado. As pessoas adoecem porque consomem produtos inadequados e as mulheres são responsáveis ​​por cuidar dessas pessoas”, observou Tathiane Piscitelli.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Laura Cury: “Tributar bebidas alcoólicas pode prevenir a violência contra a mulher”

Álcool
Uma das coordenadoras da Aliança para o Controle do Tabaco (ACT), Laura Cury acrescentou que as mulheres brasileiras hoje carregam um fardo desproporcional, daí a importância de discutir a reforma do consumo.

“Precisamos garantir tributação seletiva sobre produtos como tabaco, álcool e produtos ultraprocessados. E precisa isentar produtos essenciais à saúde menstrual, higiene pessoal e limpeza consumidos principalmente por famílias de baixa renda. A isenção é um passo importante para combater a desigualdade de gênero, pois as mulheres são responsáveis ​​pela aquisição de produtos essenciais”, defendeu Laura Cury.

Ela também criticou a propaganda dirigida especialmente às mulheres que, nos últimos tempos, tem promovido o consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo, como forma de empoderamento. Tributar bebidas alcoólicas também pode, segundo Laura Cury, prevenir a violência contra as mulheres, que muitas vezes são agredidas pelo marido bêbado.

Falando da plateia, a representante da Associação Mães Guerreira da Cidade Estrutural (DF) Neuraci Valadares também defendeu o aumento dos impostos sobre as bebidas alcoólicas. “Acho muito importante tributar os bares. O cara sai de manhã para comprar pão e volta bêbado. Então ele ataca sua esposa e filhos.”

Na mesma linha dos demais palestrantes, a assessora do Ministério da Mulher Dulce Maria Pereira disse que os benefícios fiscais não podem favorecer uma indústria alimentícia prejudicial à saúde, mas devem ser válidos para produtos da cesta básica.

Reportagem – Noeli Nobre
Edição – Geórgia Moraes



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