Especialistas apontam desafios para a comunicação segura sobre suicídio – Notícias

Especialistas apontam desafios para a comunicação segura sobre suicídio – Notícias


26/09/2024 – 18:13

Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Pedro Campos citou projetos de lei prioritários para a frente parlamentar

A Frente Parlamentar Mista de Promoção da Saúde Mental promoveu nesta quinta-feira (26), na Câmara dos Deputados, uma série de palestras sobre os desafios para uma comunicação segura sobre o suicídio.

O presidente da frente, deputado Pedro Campos (PSB-PE), destacou que o mundo passa por uma crise de saúde mental. O deputado disse que entre as prioridades da frente estão projetos de lei com medidas de combate ao suicídio de crianças e adolescentes (PL 1773/22) e de promoção da saúde mental entre profissionais de saúde (PL 4724/23). “Nova legislação que pode garantir a saúde mental e prevenir o suicídio.”

Fundadora do Instituto Vita, Karen Scavacini defende que a mídia trate o tema com mais sensibilidade. Ela também foi diretora científica da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio e cita como mau exemplo a capa de uma revista de celebridades que trazia a manchete “A atriz que morreu por amor”. O especialista alertou para o risco de uma história como essa viralizar devido à romantização da notícia.

Karen listou os erros cometidos pela publicação na abordagem do caso: colocou a foto da celebridade na capa e publicou a carta de despedida que havia sido endereçada à revista. “O suicídio de celebridades muitas vezes recebe atenção especial na mídia e quanto mais uma pessoa vulnerável se identifica com seu ídolo, maior a probabilidade de ser influenciada a fazer a mesma coisa”, alertou ela.

Entre as recomendações do especialista para a publicação de notícias sobre suicídio estão: não tratar do assunto na primeira página, nem usar a palavra suicídio na manchete, nem usar fotos e dar detalhes; nunca use fotos grandes, principalmente se a pessoa que se matou for jovem e bonita; e não publicar cartas de despedida, para não servir de exemplo.

Ela considera válido, porém, apresentar histórias de superação e histórias de famosos que pensaram em acabar com a vida ou que já perderam alguém. Outra sugestão do especialista é que as reportagens sobre suicídio privilegiem entrevistas com especialistas, em vez de policiais e socorristas, e sempre que possível, informem locais onde a pessoa pode procurar ajuda, como o Centro de Valorização da Vida, cvv.org.br ou telefone 188 .

Frente Parlamentar Mista para a Promoção da Saúde Mental

Karen Scavacini fez recomendações sobre como denunciar suicídio

Internet
O internauta tem um papel ainda mais importante, segundo Karen Scavacini. Os internautas, segundo ela, costumam ser os maiores disseminadores desse tipo de informação. Ela recomenda nunca compartilhar cenas, vídeos ou detalhes de um suicídio.

Dados do Ipea, coletados entre 1980 e 2009, mostram que a mídia foi o terceiro motivador do suicídio, depois do desemprego e da violência. A pesquisa mostra que um aumento de 1% na cobertura da mídia sobre o assunto representou um aumento de 5,34% na taxa de suicídio de jovens entre 15 e 29 anos.

Mas isso não significa que o tema não deva ser abordado. “Porque quando ensinamos as pessoas a falar de forma aberta e correta, de forma segura, podemos até ajudar a reduzir o número de casos”, ponderou Karen.

Na internet, segundo o especialista, as pessoas podem ajudar a prevenir o suicídio. “Não adianta levantar esse tema, que ainda é muito tabu, em silêncio, porque não vamos ajudar as pessoas se não falarmos. Podemos mostrar os sinais e onde conseguir ajuda”, acrescentou.

Frente Parlamentar Mista para a Promoção da Saúde Mental

Gabriela Almeida defendeu uso equilibrado das redes sociais

Redes sociais
A diretora de relações institucionais da Redes Cordiais, Gabriela de Almeida, afirma que é importante ficar atento ao tempo gasto consumindo redes sociais, equilibrando o tempo online e entendendo como o conteúdo afeta a saúde mental.

“Um uso equilibrado é aquele em que não ficamos demasiado reféns. Cancelar o máximo de notificações que você puder vai te ajudar a ter uma relação mais saudável com as redes sociais e com a internet”, sugeriu.

Prevenção
A Lei 13.819/19 instituiu a Política Nacional de Prevenção à Automutilação e ao Suicídio e a Portaria 2.493/20 instituiu o Comitê Gestor da Política Nacional de Prevenção à Automutilação e ao Suicídio.

Coordenadora Geral de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes e Promoção da Cultura de Paz do Ministério da Saúde, Naísa Sá considerou o debate importante para subsidiar novos materiais ministeriais a serem confeccionados futuramente. “Repensar nossas formas de agir e comunicar sobre prevenção ao suicídio e falar sobre suicídio ao longo do ano, não apenas durante o Setembro Amarelo.”

Palestras sobre o tema estarão disponíveis na página da Frente Parlamentar Mista de Promoção da Saúde Mental.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Georgia Moraes



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