Entenda o efeito Marçal na disputa para prefeito de São Paulo

Entenda o efeito Marçal na disputa para prefeito de São Paulo



Por Júlia Portela — Numa escalada nas intenções de voto desde o início das pesquisas eleitorais, o nome de Pablo Marçal (PRTB) desponta como um dos principais na disputa pelo prefeito de São Paulo. A última pesquisa Datafolha, divulgada quinta-feira, mostra o ex-técnico em empate técnico com Guilherme Boulos (PSol) e Ricardo Nunes (MDB), com 22%.

Marçal, porém, chama a atenção por não ter passado na política. Além de treinador, atuou como empresário e influenciador antes das eleições. Esse distanciamento da política, porém, é um dos fatores que chama a atenção dos eleitores, segundo especialistas.

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“O discurso dele não mudou, o discurso é o mesmo, é o mesmo do treinador, das pessoas que alcançam uma determinada condição melhor através do seu espírito empreendedor, através do seu esforço pessoal. Nesse sentido, ele leva vantagem sobre o Bolsonaro, ele nunca ocupou realmente um cargo político, então ele representa o antissistema com muito mais facilidade do que o próprio Bolsonaro”, destacou Geraldo Tadeu, cientista político.

“Marçal capta a insatisfação dos trabalhadores que, em parte, apoiavam Bolsonaro, mas estavam desiludidos. Nesta conjuntura, ele surge como uma nova figura que capitaliza o discurso anticorrupção e antissistema, pontos centrais para uma população cansada do ausência do Estado. Ele transforma a dor social, manifestada pela violência e negligência governamental, em uma retórica populista e de confronto”, afirmou.

Segundo o cientista político, Pablo Marçal se alimenta de “violência simbólica”. “Quanto mais o conflito aumenta, maior é o seu sucesso. Faz do processo eleitoral um espetáculo de confronto, ao mesmo tempo que se posiciona como vítima das reações que ele próprio provoca”, disse.

Além disso, Marçal conseguiu, segundo os especialistas, transformar a corrida eleitoral numa narrativa que gira em torno da sua figura e do seu promessas simplificadas de soluções para problemas complexos. Esta simplificação, embora atractiva para parte do eleitorado, insere-se num contexto mais amplo de desconfiança nas instituições e de apelo ao populismo.

Redes sociais

Outros candidatos com o mesmo perfil também vêm crescendo nas redes sociais. “Os algoritmos das redes sociais incentivam essa dinâmica, priorizando conteúdos que gerem engajamento. O material de Marçal chega tanto a apoiadores quanto a críticos, aumentando sua visibilidade. A única forma de neutralizar essa estratégia seria a total indiferença, algo difícil em um cenário tão polarizado”, disse Tadeu.

Outro ponto importante é que Marçal pode ou não vencer a eleição, mas certamente sairá da disputa maior do que entrou. “Ou seja, ele pode não ser eleito prefeito, mas ganhou um engajamento muito maior nas próprias redes. E aqui falando em projeto político, ele ganha espaço político, ganha imagem, ganha projeção nacional, principalmente”, explica Leandro Gabiati , cientista político e diretor da Dominium Consultoria.

“Se ele não for eleito ou mesmo for eleito, mas, em 2026, poderá considerar se deve optar por outro cargo, talvez como senador, governador ou presidente da República. influenciado é o envolvimento nas redes que atrai a atenção, especialmente esta política polarizada.”

Seu discurso, segundo especialistas, é dirigido a uma nação progressivamente influenciada pela lógica cultural evangélica, que vai além da religião. Esse pensamento reforça valores como a família tradicional, o individualismo e a crença no livre mercado como caminho para o sucesso financeiro.

Evangélicos

Entre o público evangélico, Marçal tem 29% das intenções de voto. Neste eleitorado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) subiu cinco pontos e aparece tecnicamente empatado com Marçal, com 27%. Guilherme Boulos (PSol), por outro lado, registra apenas 9%.

Mayra Goulart, professora do Departamento de Ciência Política, do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que os grandes líderes não estão apoiando Marçal. “É mais uma relação de identificação dos fiéis com ele, pela linguagem e pela ausência de outro candidato nas eleições paulistas que seja verdadeiramente portador da identidade evangélica”, disse.

Além disso, a escolha de sua vice-presidente, Antônia de Jesus, negra e policial militar, reflete o esforço de aproximação com a cultura evangélica, especialmente com as mulheres, que constituem parte significativa de seu eleitorado. “Assim, Marçal insere-se num espaço em que religião, conservadorismo e empreendedorismo se entrelaçam para captar o apoio de uma população fragilizada pela falta de soluções públicas robustas”, explicou João Lucas Moreira Pires, doutorando em sociologia política na Universidade do Minho .

Em relação à escolaridade, o candidato surge como principal nome entre os que possuem ensino médio completo, com 26%. “Do ponto de vista muito prático, ele já tem o voto da classe média, e essa classe média é, principalmente, mais religiosa, cristã, católica ou evangélica, já votam nele, mas não basta para ganhar uma Então, o que parece claro é que Pablo Marçal não está na disputa só para se destacar, ele está determinado a vencer esta eleição. e sair dessa condição de empate técnico mantém com Boulos e Ricardo Nunes, diz Geraldo Tadeu.



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